O projeto, apresentado por parlamentares da oposição, foi declarado "admissível" pela Câmara dos Deputados, que iniciou sua tramitação no Congresso, onde, no entanto, estima-se que tenha poucas chances de sucesso.
Como os dois projetos anteriores, a nova iniciativa propõe que os chilenos possam sacar até 10% de suas economias em fundos de pensão privados para enfrentar a crise econômica derivada da pandemia.
O novo projeto prevê que o Estado pague uma gratificação aos beneficiários dos fundos privados no momento da aposentadoria, "para não prejudicar as futuras pensões", explicou o deputado Jaime Mulet, um dos promotores deste projeto.
"Esperamos que a Comissão de Constituição o tramite o mais rápido possível", acrescentou.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, se opõe à retirada antecipada de fundos.
Mas no ano passado, quando parlamentares da oposição apresentaram o projeto de segunda retirada em dezembro, o presidente apresentou seu próprio plano e encaminhou o dos opositores ao Tribunal Constitucional (TC), alegando que o Congresso pretendia atribuir-se de poderes do governo.
O tribunal superior acatou o pedido de Piñera e aprovou o projeto presidencial, que incluía o pagamento de impostos sobre os recursos retirados, ao contrário dos opositores.
"Uma eventual terceira retirada é para os ricos e não vai favorecer os mais vulneráveis", disse Piñera na segunda-feira em um noticiário local.
Pelos cálculos do governo, com esse terceiro saque, cerca de 4,2 milhões de beneficiados - quase um terço do total - vão zerar suas reservas.
O governo estima que essa nova iniciativa também deva ser declarada inconstitucional pelo TC.
A primeira retirada foi aprovada em julho - no meio da pandemia - quando quase 10 milhões de pessoas sacaram cerca de 18 bilhões de dólares.
Esta quarta-feira marca um ano desde a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Chile, onde mais de 835 mil infectados e 20,7 mil mortos foram registrados desde então.