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Estado de Minas MOSCOU

Mikhail Gorbachev completa 90 anos em "quarentena" pela pandemia


02/03/2021 11:03 - atualizado 02/03/2021 11:07

O último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, um dos responsáveis pelo fim da Guerra Fria, completou 90 anos nesta terça-feira (2), data que celebrou em "quarentena" em um hospital devido à pandemia.

"Está em quarentena em um hospital enquanto durar a pandemia", disse à AFP Vladimir Poliakov, porta-voz da Fundação Gorbachev.

"Está cansado de tudo isto, como todos nós", completou, em referência às restrições em vigor devido ao coronavírus.

O ex-governante recebeu mensagens de felicitações de todo o mundo, incluindo o presidente americano Joe Biden, a chanceler alemã, Angela Merkel, e do chefe de Estado russo Vladimir Putin.

"Você pertence a um grupo de pessoas extraordinárias, de homens de Estado notáveis da era moderna que influenciaram de maneira significativa o curso da história nacional e mundial", afirmou Putin em uma mensagem a Gorbachev, com quem já teve muitas divergências.

Gorbachev celebrará seu aniversário com parentes e poucos amigos, respeitando as medidas de higiene e distanciamento necessárias e em muitos casos com videoconferências.

Quando Mikhail Gorbachev exerceu o poder entre 1985 e 1991, ele aplicou reformas democráticas importantes conhecidas como "perestroika" (reestruturação) e "glasnost" (transparência), que lhe renderam grande popularidade no Ocidente.

Em 1990 recebeu o prêmio Nobel da Paz por "acabar pacificamente com a Guerra Fria".

Mas para muitos russos ele é um traidor, responsável pelo colapso da URSS em 1991.

Vladimir Putin, que chegou ao topo do poder no ano 2000, já chamou o fim da União Soviética de "maior catástrofe geopolítica" do século XX e defende uma política de retorno do poder russo ao cenário internacional.

Por este motivo suas relações com Gorbachev foram complexas durante anos, pois este criticou Putin em diversas ocasiões, embora também tenha afirmado que via nele uma oportunidade para o desenvolvimento estável da Rússia.

A chanceler alemã Angela Merkel agradeceu em uma mensagem a Gorbachev por seu "compromisso pessoal com l superação pacífica da Guerra Fria e a conquista da unidade alemã".

"Sua importante contribuição para a reunificação em liberdade permanecerá tão inesquecível na Alemanha quanto seu constante compromisso pessoal com as relações amigáveis entre nossos dois países", disse Merkel.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou que tanto ele como o povo britânico continuam sendo "admiradores do valor e da integridade" que Gorbachev demonstrou ao "levar a Guerra Fria a um final pacífico".

Como sinal de uma possível mudança de mentalidade, o jornal oficial russo Rossiïskaïa Gazeta sugeriu nesta terça-feira que a desintegração da União Soviética pode não ter sico culpa apenas de Gorbachev.

"Gorbachev chegou muito tarde. Já era muito difícil evitar o colapso", afirmou o jornal. Mas Gorbachev também "chegou muito cedo, porque não estávamos preparados para entender e aplicar o que acabara de conceber".


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