"O impacto da pandemia paralisou as economias, tornando as pessoas mais pobres do mundo ainda mais pobres", disse Saleh Saeed, diretor-geral do Comitê de Emergência para Desastres (DEC), que reúne 14 ONGs, incluindo a Cruz Vermelha britânica, Oxfam e Save the Children.
"As pessoas que vivem em lugares perigosos devido a conflitos, violência e catástrofes climáticas estão lidando com a pandemia do coronavírus o melhor que podem, mas o destino está contra elas", acrescentou em uma conferência virtual das Nações Unidas sobre o Iêmen.
Partes do Iêmen e do Sudão do Sul já estão à beira da fome, que também ameaça o Afeganistão e a República Democrática do Congo, afirma o DEC em seu último relatório.
"Sem um apoio contínuo, muitas vidas serão perdidas, não apenas por causa da covid-19 em si, mas também por causa do impacto econômico do vírus", enfatizou Saeed.
A ONU pediu na conferência virtual organizada pela Suíça que 3,85 bilhões de dólares (3,2 bilhões de euros) sejam arrecadados para combater a fome no Iêmen.
Em novembro, o governo conservador britânico anunciou que estava cortando seu generoso orçamento de ajuda internacional em cerca de 4 bilhões de libras (5,6 bilhões de dólares, 4,6 bilhões de euros), desencadeando a ira das ONGs em meio à pandemia.
LONDRES