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Estado de Minas MILÃO

G20 das Finanças entre a recuperação econômica e a ajuda aos mais pobres


26/02/2021 12:15

Ante os devastadores efeitos da pandemia de coronavírus, os ministros das Finanças do G20 começaram, nesta sexta-feira (26), uma reunião virtual para impulsionar a recuperação econômica mundial e mitigar os danos nos países mais pobres, marginalizados na corrida pela vacina.

Esta videoconferência dos ministros das Finanças e dos presidentes dos Bancos Centrais dos 20 países mais ricos do mundo, a primeira presidida pela Itália, começou pouco depois das 12h30 (8h30 em Brasília).

Na presença da nova secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, espera-se que a reunião tenha um clima mais descontraído, agora que os Estados Unidos voltaram ao caminho do multilateralismo, após os quatro anos de mandato de Donald Trump.

"Está claro que, com a nova administração americana será mais fácil alcançar um acordo" para aumentar a ajuda aos países necessitados, "já que a abordagem de Joe Biden sobre a cooperação internacional é muito mais aberta", disse à AFP a professora de Economia Internacional Lucia Tajoli, da escola de comércio Politecnico di Milano.

Na quinta-feira, Washington convidou os países do G20 a lançarem uma verdadeira campanha de vacinação mundial e coordenada.

"Sem acesso a vacinas, muitos países de baixa renda, especificamente, vão experimentar perdas trágicas de vidas e um atraso desnecessário em sua recuperação", alegou Janet Yellen em uma carta a seus colegas do G20.

- Novas ajudas? -

Janet Yellen também se mostrou disposta a conversar sobre um novo pacote de direitos especiais de giro (DEG) do Fundo Monetário Internacional (FMI) para apoiar os países pobres, em contraste com a postura do governo Trump.

Vários países do G20 são favoráveis a que se volte a recorrer a este instrumento de financiamento, que se mostrou útil durante a crise financeira de 2009.

"É prematuro falar em um valor", porque "não se poderá tomar uma decisão até que o FMI tenha submetido uma proposta", amenizou uma fonte próxima da Presidência italiana do G20 Finanças.

Em abril passado, os países do G20 concordaram com uma moratória ao pagamento de juros da dívida dos países mais pobres e, em outubro, ela foi prorrogada até 30 de junho de 2021.

"Seu impacto não foi tão grande quanto esperávamos. O setor privado não participou e, em muitas regiões do mundo, o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) não participou", lamentou o presidente do Banco Mundial, David Malpass, em entrevista ao jornal La Stampa publicada nesta sexta-feira.

Em novembro, os ministros das Finanças do G20 adotaram um "marco comum" para aliviar a dívida. Desde então, Chade, Zâmbia e Etiópia solicitaram uma reestruturação das suas.

"A questão da redução da dívida, que não estava em cima da mesa, está agora na ordem do dia e, certamente, podemos esperar que se dê um passo à frente", disse à AFP Federico Niglia, professor de Relações Internacionais da universidade LUISS, de Roma.

Até o momento, apenas 46 países - dos 73 elegíveis - conseguiram adiar seu pagamento, de um montante total de US$ 5,7 bilhões.

- "Recuperação não controlada" -

Isso é praticamente nada se comparado aos quase US$ 14 trilhões que os países do G20 gastaram para promover suas economias, duramente atingidas pela pandemia.

"Devemos perseverar no combate à crise econômica (...). Devemos garantir que nosso apoio não seja retirado cedo demais", disse a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, ao La Stampa desta sexta.

O G20 deve tratar ainda do setor financeiro internacional.

Embora os mercados financeiros tenham resistido relativamente bem à crise sanitária, as taxas de empréstimos subiram fortemente desde fevereiro.

Nesta sexta, o Banco Central Europeu (BCE) quis acalmar os ânimos. No caso de um aumento muito forte nas taxas, o BCE poderá aumentar ainda mais seu apoio à economia, disse Isabel Schnabel, membro de seu conselho administrativo.

Os investidores temem que "uma recuperação descontrolada da economia mundial depois da pandemia provoque um aumento da inflação", segundo Federico Niglia.


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