O avião presidencial hondurenho transportou a carga de vacinas da farmacêutica americana Moderna de Tel Aviv ao aeroporto de Toncontín, no sul de Tegucigalpa, onde foi recebida pelas autoridades hondurenhas e pelo vice-chanceler da Guatemala, Eduardo Hernández.
A doação, dividida em partes iguais pelos dois países, foi feita "após um pedido feito pelo presidente Juan Orlando Hernández ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu", indicou um comunicado do governo hondurenho.
Na cerimônia de recebimento, o vice-chanceler da Guatemala também agradeceu a doação das 5.000 doses destinadas ao seu país e que, após a escala em Tegucigalpa, seguiram viagem ao seu território.
O ministro das Relações Exteriores de Honduras, Lisandro Rosales, e o vice-chanceler guatemalteco informaram que as vacinas serão usadas para imunizar funcionários de saúde que lutam na linha de frente contra a pandemia nos hospitais.
Enquanto isso, ao chegar à Guatemala em um avião militar, as 5.000 doses que correspondem ao país foram transferidas para cinco hospitais, onde começarão a ser aplicadas ao pessoal da saúde.
O carregamento foi recebido na Cidade da Guatemala pelo ministro das Relações Exteriores, Pedro Brolo, e pelo embaixador de Israel no país, Mattanya Cohen.
Brolo agradeceu a doação, que ajudará a "Guatemala a se somar aos esforços para mitigar a propagação da covid-19", após admitir que esta é a primeira carga de vacinas que chega ao país no enfrentamento da doença.
- Os primeiros vacinados -
Em Honduras, a enfermeira Soraya Ortega, do Hospital Maria, situado em Tegucigalpa, foi a primeira vacinada.
"Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de tomar a vacina. Com o coração na mão, digo-lhes que a estava esperando", afirmou.
Ortega contou que, apesar de ter fatores de risco, como diabetes, hipertensão e sobrepeso, ela se recuperou da covid-19 em maio passado.
"Graças à vontade do Senhor, foram sintomas leves, não tive nenhum problema além de uma dor de cabeça", lembrou.
Na Guatemala, enquanto isso, a intensivista do Hospital memorial Parque da Indústria, da capital, Magdalena Guevara, de 41 anos, foi a primeira na lista de vacinados do país.
- Problemas com vacinas -
Honduras e Guatemala, que tiveram problemas para obter vacinas contra a covid-19, mantêm relações estreitas com Israel e são um dos poucos países que reconhecem Jerusalém como a capital do Estado hebraico, quebrando a neutralidade no conflito árabe-israelense.
Honduras decidiu esta semana buscar a obtenção de vacinas em laboratórios privados porque o mecanismo Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS), atrasou as remessas que havia prometido.
"É a corrida entre os países que têm mais dinheiro e os que somos lutadores", comentou nesta quinta-feira o presidente de Honduras.
A OMS havia dito em janeiro que 90 países de baixa e média renda que fazem parte da Covax - 10 deles na América Latina (incluindo Honduras) - receberiam um primeiro lote de ao menos 24.000 vacinas da Pfizer em fevereiro.
Depois de uma breve redução no final do ano passado, a pandemia voltou a crescer em Honduras com hospitais beirando o colapso. Com quase 10 milhões de habitantes, o país acumula cerca de 167.000 casos e mais de 4.000 mortes.
Já a Guatemala, com 17 milhões de habitantes, registra mais de 173.140 casos e 6.330 mortos pela covid-19.
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