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Estado de Minas BANGCOC

Diplomacia entra em ação em Mianmar, enquanto protestos continuam


24/02/2021 15:39 - atualizado 24/02/2021 15:43

O ministro das Relações Exteriores de Mianmar nomeado pela junta militar viajou nesta quarta-feira (24) à Tailândia para estabelecer um diálogo com as potências regionais, a fim de encerrar três semanas de protestos após o golpe de Estado dos generais.

Wunna Maung Lwin conversou com os chanceleres de Tailândia e Indonésia durante a primeira reunião conhecida entre um membro da junta e funcionários de governos estrangeiros, durante um dia em que o saldo da repressão aumentou para cinco mortos, já que uma organização de resgate anunciou a morte de um manifestante detido.

O Exército birmanês tem sido condenado internacionalmente há várias semanas por derrubar a chefe de governo civil, Aung San Suu Kyi, em um golpe de Estado em 1º de fevereiro.

No país, a junta enfrenta grandes manifestações diárias e um movimento de desobediência civil que afeta todos os setores da sociedade birmanesa.

A ministra das Relações Exteriores da Indonésia, Retno Marsudi, expressou nesta quarta-feira sua preocupação com a segurança e o bem-estar dos cidadãos birmaneses, ao considerar que é necessário um "processo de transição democrática inclusivo".

"Pedimos a todas as partes que atuem com moderação e que não recorram à violência para evitar vítimas e derramamentos de sangue", pediu em Jacarta.

A ministra esperava visitar Naypyidaw, a capital administrativa de Mianmar, depois de sua visita a Bangcoc para transmitir diretamente a posição da Indonésia e de outos países, mas informou que a viagem teve que ser adiada.

Sem confirmar a reunião, o primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan O Cha - que chegou ao poder após um golpe de Estado em 2014 - afirmou que o assunto "está sendo tratado pelo Ministério das Relações Exteriores".

"Somos vizinhos amistosos e devemos ouvir uns aos outros. Somos membros da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), queremos que haja cooperação e enviamos nosso apoio moral para que tudo esteja em paz", concluiu.

- Manifestações persistem -

Na madrugada desta quarta-feira, centenas de manifestantes se reuniram pelo segundo dia consecutivo em frente à embaixada da Indonésia no centro de Yangon, a maior cidade de Mianmar.

Insatisfeitos que o país vizinho esteja considerando negociar com a junta - oficialmente chamada de Conselho de Governo do Estado -, eles carregavam cartazes que diziam "Pare de negociar com eles" e "Indonésia, não apoie o ditador".

"A junta militar não é nosso governo legítimo", disse à AFP Seinn Lae Maung, uma manifestante com a bandeira birmanesa pintada no rosto. "Agradecemos o respeito pelos nossos votos e pela escuta das nossas vozes", exclamou.

"Não fazer nada não é uma opção", disse Marsudi em resposta às críticas.

Nas últimas três semanas, os generais intensificaram o uso da força para enfraquecer a mobilização pró-democracia em Mianmar, onde milhares de pessoas os desafiam tomando as ruas diariamente.

As forças de ordem usaram gás lacrimogêneo, canhões d'água e balas de borracha contra os manifestantes, e também houve ações isoladas com munição real.

O número de mortos desde o golpe de Estado aumentou para cinco nesta quarta-feira, depois da morte de um homem de 20 anos que havia sido detido e sofria de uma lesão na perna após uma manifestação no fim de semana passado em Mandalay, a segunda maior cidade do país.

As manifestações continuam em todo país nesta quarta, de Yangon - onde grupos de minorias étnicas vestidos em trajes tradicionais marcharam com suas bandeiras - até Mandalay, onde manifestantes marcharam sobre elefantes.


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