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Estado de Minas ISTAMBUL

Três cúmplices de Carlos Ghosn são condenados à prisão na Turquia


24/02/2021 14:07 - atualizado 24/02/2021 14:07

Um tribunal de Istambul condenou, nesta quarta-feira (24), três cidadãos turcos a penas de prisão por terem ajudado o ex-CEO do grupo Renault-Nissan Carlos Ghosn em sua fuga do Japão para o Líbano em 2019.

Um diretor da empresa de aluguel de aviões privados MNG Jet, Okan Kösemen, e dois pilotos foram condenados a quatro anos e dois meses de prisão por "tráfico de migrantes".

Além disso, cada um deles foi condenado a pagar uma multa de mais de 30.000 liras turcas (cerca de US$ 4.250).

Um dos advogados da defesa disse à AFP que vão recorrer da condenação.

O tribunal absolveu, por sua vez, outros dois pilotos e dois comissários de bordo julgados no mesmo processo.

Acusado de malversação financeira, Ghosn fugiu do Japão em um avião particular pertencente à MNG Jet, que aterrissou em Istambul. De lá, ele seguiu para o Líbano, onde se refugiou.

O processo em Istambul expôs as espetaculares circunstâncias da fuga do magnata, de 66 anos, com nacionalidade francesa, libanesa e brasileira.

De acordo com os investigadores, o fugitivo viajou, entre Osaka (oeste do Japão) e Istambul, escondido em uma grande caixa para instrumentos musicais. Nela, foram feitos 70 orifícios para que ele pudesse respirar.

"Em que mundo se pede aos pilotos que verifiquem o que há nas bagagens? (...) Nos pediram para pilotar e nós fizemos isso", defendeu-se Pasin.

O promotor turco encarregado do julgamento destacou que dois supostos cúmplices de Ghosn, Michael Taylor - um ex-membro das forças especiais dos EUA - e George-Antoine Zayek - um cidadão libanês - "recrutaram" Kösemen, membro da empresa MNG Jet, para facilitar um trânsito tranquilo por Istambul.

De acordo com a ata de acusação, o jato particular pousou no aeroporto Atatürk, de Istambul, e depois Ghosn embarcou em um segundo avião rumo a Beirute.

Ambos os pilotos condenados nesta quarta-feira, Noyan Pasin e Bahri Kutlu Somek, estavam no comando do avião que cobriu o trajeto Osaka-Istambul.

Durante o julgamento, os dois rejeitaram as acusações contra eles, alegando não saber da presença de Ghosn no avião.

"Não esperava essa condenação. Não há provas concretas. Estou muito surpreso", disse Pasin à AFP, após a audiência.

As autoridades turcas acusavam Kösemen de ter recebido várias transferências, no total de mais de 250.000 euros (pouco mais de US$ 300.000) nos meses anteriores ao voo de Ghosn.

Este, por sua vez, está proibido de sair do Líbano por decisão da Justiça deste país.

Além do processo principal no Japão, Ghosn está envolvido em várias investigações judiciais na França, principalmente relacionadas a suspeitas de uso indevido de ativos corporativos da Renault e da subsidiária holandesa da Renault-Nissan, RNBV.


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