A economia da Alemanha registrou crescimento de 0,3% no último trimestre de 2020 na comparação com o trimestre anterior, apesar das novas restrições adotadas pelo governo para combater a pandemia, anunciou o instituto alemão de estatísticas Destatis.
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Gana recebe primeiro lote mundial de vacinas gratuitas CovaxRecrutador do EI na Alemanha é condenado a 10 anos e meio de prisãoItália exige da ONU respostas sobre morte de embaixador na RDCA demanda interna, que tinha um papel de motor econômico antes da crise, retrocedeu tanto no consumo das famílias (-3,3%) como no setor público (-0,5%). Apenas o setor da construção conseguiu uma recuperação (%2b1,8%) após dois trimestres consecutivos de baixa, segundo os dados corrigidos.
Estes índices decepcionantes foram compensados por uma recuperação das exportações (%2b4,5%), tradicional motor da economia alemã, e pela reconstituição dos estoques pelas empresas.
Ao mesmo tempo, o país registrou um déficit orçamentário em 2020 de 139,6 bilhões de euros (quase 170 bilhões de dólares), resultado que ficou abaixo do valor inicialmente indicado (-158,2 bilhões de euros).
Deste modo, a Alemanha interrompe uma série de oito anos de superávit. Este é o segundo déficit mais elevado desde a reunificação alemã em 1990, indicou o instituto de estatísticas em um comunicado.
Diante da crise provocada pela pandemia, Berlim teve que deixar de lado seu famoso rigor orçamentário e liberou quase um trilhão de euros (1,22 trilhão de dólares) de ajudas às empresas, sob a forma de desemprego técnico, empréstimos garantidos e ajudas diretas.
A Alemanha foi muito afetada a partir do outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) pela segunda onda de contágios, que provocou a prorrogação das restrições e pode frear a dinâmica da indústria ao menos no primeiro trimestre de 2021.
O banco KfW prevê um retrocesso do PIB alemão de entre -1,5 e -3% de janeiro a março de 2021.