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Estado de Minas VALETTA

Acusado do assassinato de jornalista em Malta é condenado a 15 anos de prisão


23/02/2021 13:55

Um dos três acusados pelo assassinato, em outubro de 2017, da jornalista maltesa especializada em temas de corrupção, Daphne Caruana Galizia, foi condenado nesta terça-feira (23) a 15 anos de prisão, na primeira pena condenatória pelo crime.

"Vincent Muscat, como se declara diante das acusações?", perguntou o secretário do tribunal, ao que o acusado respondeu "culpado", observou um jornalista da AFP presente na audiência no tribunal de La Valeta.

Os juízes o condenaram a 15 anos de prisão, seguindo as recomendações da Promotoria, que solicitou uma pena branda em relação ao código penal de Malta, considerando que o acusado cooperou com a Justiça e garantiu que não recorreria.

A família da jornalista, decepcionada com o veredicto, disse esperar que a condenação de Muscat "abra caminho para justiça total para Daphne Caruana Galizia".

Caruana, que tinha um blog muito popular onde denunciava a corrupção das elites do arquipélago, morreu aos 53 anos em 16 de outubro de 2017 na explosão de um carro-bomba.

Três homens com antecedentes criminais - os irmãos Alfred e George Degiorgio e Vincent Muscat - foram indiciados no dia seguinte, por suspeitas de participação em uma organização criminosa e de terem fabricado a bomba.

Desde então, eles se declararam inocentes, até a reviravolta desta terça-feira.

Um quarto homem ligado ao caso, Yorgen Fenech, da empresa 17 Black, foi preso em 2019 em seu iate na costa de Malta, enquanto tentava fugir.

Alguns meios de comunicação e a família da jornalista o apresentam como um possível mentor do assassinato. As audiências sobre as acusações contra ele ainda não começaram.

Foi justamente Daphne que revelou as ligações entre Fenech e altos políticos malteses.

Ela descobriu, em particular, que uma empresa de Dubai, a 17 Black, havia pago dois milhões de euros a Keith Schembri, na época chefe de gabinete do primeiro-ministro Joseph Muscat (sem parentesco com Vincent Muscat), e Konrad Mizzi, ministro do Turismo.

O consórcio de jornalistas Projeto Daphne, que retomou suas investigações, revelou que a 17 Black era propriedade de Fenech.

A prisão de Fenech levou a uma cascata de renúncias de alto nível na arena política.

Joshep Muscat renunciou em novembro de 2019, seguido pelo ministro do Turismo.

Por sua vez, o primeiro-ministro deixou o cargo em 1º de janeiro de 2020 e foi substituído por Robert Abela, um advogado empresarial.


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