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Estado de Minas VIENA

AIEA encontra 'solução temporária' para manter inspeções nucleares no Irã


21/02/2021 21:19 - atualizado 21/02/2021 21:25

O Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciaram neste domingo (21) um acordo "temporário" de três meses para manter a vigilância das atividades nucleares, ainda que reduzida, enquanto se iniciam as negociações diplomáticas entre os signatários do pacto de 2015.

A lei iraniana, que prevê a restrição de algumas inspeções, incluindo as de instalações militares suspeitas, enquanto os Estados Unidos não suspenderem suas sanções, "existe e será aplicada", disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, em seu retorno a Viena após intensas reuniões em Teerã.

"O acesso será reduzido, não se engane, mas seremos capazes de manter o nível necessário de vigilância e verificação", explicou Grossi. "Isso salva a situação imediata", acrescentou.

Nos termos desse "acordo técnico bilateral", o número de inspetores destacados no Irã será mantido e eles poderão continuar a realizar inspeções aleatórias. No entanto, o novo contrato estará sujeito a revisão constante e pode ser suspenso a qualquer momento.

"É claro que para alcançar uma situação estável será preciso uma negociação política, e isso não depende de mim", ressaltou Grossi.

- Sem gravações -

Por sua vez, o Irã havia indicado anteriormente que as negociações foram "frutíferas". O diretor da AIEA se reuniu no fim de semana com o presidente da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, e com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif.

Em declaração à Press TV, Zarif afirmou que a lei não levaria a uma "estagnação" na colaboração entre o Irã e a AIEA, e que Grossi poderia "cumprir suas obrigações de mostrar que o programa nuclear iraniano segue pacífico".

"Na minha opinião, as inspeções da AIEA serão reduzidas em 20 a 30% após a aplicação da lei", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abas Araghchi, em entrevista na televisão na noite de sábado.

No entanto, o Irã não fornecerá as "gravações das atividades e equipamentos" de várias usinas, conforme prevê a lei aprovada pelo Parlamento em dezembro, afirmou a AIEA em nota, em aparente referência às imagens das câmeras de segurança. "Se as sanções forem retiradas em três meses, essas informações serão comunicadas à AIEA, caso contrário, serão apagadas para sempre."

Após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo sobre o programa nuclear iraniano e o restabelecimento das sanções contra a República Islâmica, Teerã foi gradativamente deixando de cumprir os compromissos que havia assumido em 2015 no texto assinado com EUA, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China.

- Janela de oportunidades -

Desde a chegada ao poder do presidente americano Joe Biden, que se disse disposto a voltar ao acordo rompido por Donald Trump em 2018, os Estados Unidos e o Irã esperam que o outro dê o primeiro passo.

Na quinta-feira, os Estados Unidos aceitaram o convite dos europeus para participar das discussões para relançar o acordo de 2015. Mas no dia seguinte, Biden pediu às potências europeias que trabalhassem em conjunto com Washington para responder às "atividades desestabilizadoras" do Irã no Oriente Médio.

Nesse complexo contexto diplomático, uma vez que Irã e EUA não mantêm relações diplomáticas desde 1980, Araghchi indicou que seu país está examinando a proposta da União Europeia para uma "reunião informal".

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, por sua vez, pediu que seja aproveitada a "janela de oportunidade" para acabar com as sanções, uma exigência que considera "natural e lógica".


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