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Estado de Minas TEERÃ

Irã anuncia "negociações frutíferas" com o chefe da AIEA em Teerã


21/02/2021 14:41 - atualizado 21/02/2021 14:43

O Irã disse neste domingo(21) que manteve "negociações frutíferas" com o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, em visita a Teerã no dia em que expira o prazo estabelecido pelos iranianos para o levantamento das sanções americanas.

Grossi chegou à capital na noite de sábado e neste domingo deu início às discussões sobre a questão nuclear com o presidente da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Ali Akbar Salehi. Grossi dará entrevista coletiva à noite ao retornar a Viena, na sede da AIEA.

O embaixador de Teerã na agência nuclear da ONU, Kazem Gharibabadi, disse que "o Irã e a AIEA mantiveram discussões produtivas com base no respeito mútuo". O "resultado" das reuniões será divulgado "durante a tarde", disse Gharibabadi no Twitter.

A visita coincide com o prazo de 21 de fevereiro definido pelo Parlamento iraniano para restringir algumas inspeções da AIEA a instalações não nucleares, incluindo bases militares suspeitas no Irã, caso os Estados Unidos não retirem suas sanções impostas em 2018.

A aplicação da lei começaria na terça-feira, segundo Salehi, apesar de o Irã ter enfatizado nos últimos dias que não deixará de colaborar com a AIEA e que não expulsará seus inspetores.

Em declaração à Press TV, canal de televisão estatal inglês, Zarif afirmou que a lei não levaria a um "impasse" na colaboração entre o Irã e a AIEA, e que Grossi poderia "cumprir suas obrigações de demonstrar que o programa nuclear iraniano continua Pacífico. "

As inspeções fazem parte do acordo firmado em 2015 entre o Irã e o chamado grupo 5 + 1 (Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China) para limitar o escopo do programa nuclear iraniano.

Desde que o governo do ex-presidente Donald Trump decidiu abandonar o pacto em 2018 e restabelecer as sanções econômicas contra o Irã, Teerã não tem cumprido os compromissos que havia assumido em 2015.

"Em minha opinião, as inspeções da AIEA serão reduzidas em 20 a 30% após a aplicação da lei", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abas Araghchi, em uma entrevista pela televisão na noite de sábado. "Isso não significa uma desistência do acordo" de 2015, acrescentou.

- Proposta de reunião -

Seguindo a política de "pressão máxima" de Donald Trump, o Irã abandonou progressivamente a partir de 2019 muitos limites que havia concordado em impor ao seu programa nuclear sob o acordo com potências mundiais.

O Irã insiste que retornará aos seus compromissos se o novo governo de Joe Biden suspender as sanções, mas Biden exige que Teerã volte às suas obrigações e a situação parece bloqueada.

Na quinta-feira, os Estados Unidos aceitaram o convite dos europeus para participar das discussões para relançar o acordo de 2015. Mas no dia seguinte, Biden pediu às potências europeias que trabalhassem em conjunto com Washington para responder às "atividades desestabilizadoras" do Irã no Oriente Médio.

Nesse complexo contexto diplomático, uma vez que Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980, Araghchi informou que seu país está examinando a proposta da União Europeia de um "encontro informal".

"Nós decidiremos após consultas", disse ele, acrescentando que o Irã falaria "com amigos e aliados como China e Rússia".

- "Ruptura cara"-

A visita de Grossi teve uma recepção mista na imprensa iraniana. O jornal ultraconservador Kayhan saudou a lei do parlamento que "trouxe" Grossi ao Irã.

Essa "estratégia" mostrou ao campo adversário que "quebrar o contrato custa caro", escreveu o jornal em sua primeira página, denunciando o "golpe ocidental".

O jornal reformista Sharq expressou dúvidas sobre a eficácia da votação desta lei, já que Washington "não expressou qualquer desejo de retornar ao acordo" sob as condições iranianas.

"Não há perspectiva de abertura até agora", frisou o jornal, avaliando que "os próximos dias serão críticos para o Irã" e os demais países que fazem parte do acordo nuclear.

Joe Biden era vice-presidente de Barack Obama quando o acordo foi assinado em 2015.

O Irã sempre negou que busca se equipar com a bomba atômica e o acordo prevê o levantamento parcial das sanções internacionais em troca de Teerã garantir o fim pacífico de seu programa nuclear.


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