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Estado de Minas TEERÃ

Chefe da AIEA chega a Teerã antes do fim de prazo crucial para o programa nuclear


20/02/2021 16:15 - atualizado 20/02/2021 16:19

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, chegou a Teerã neste sábado (20), antes do prazo de 21 de fevereiro estabelecido pelo Parlamento iraniano para restringir algumas fiscalizações da Agência Internacional de Energia Atômica, caso os Estados Unidos não retirem as sanções impostas em 2018.

As inspeções fazem parte do acordo firmado em 2015 entre o Irã e o chamado grupo 5 + 1 (Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China) para limitar o escopo do programa nuclear iraniano.

Desde que o governo do ex-presidente Donald Trump decidiu abandonar o pacto em 2018 e restabelecer as sanções econômicas contra o Irã, Teerã não tem cumprido os compromissos que havia assumido em 2015.

Nesta semana, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, garantiu que seu país "cancelará imediatamente" suas medidas retaliatórias se os Estados Unidos "suspenderem incondicionalmente todas as sanções impostas, reimpostas ou renomeadas por Trump".

As novas medidas entrarão em vigor na terça-feira, declarou o presidente da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, neste sábado, em entrevista publicada no Iribnews, site da televisão pública.

"As fiscalizações que ultrapassarem as medidas de salvaguarda serão suspensas", conforme prevê a lei, afirmou Salehi, uma vez que, segundo ele, "a outra parte ainda não cumpriu as suas obrigações de suspender as sanções".

"Durante a reunião de amanhã [domingo] com Grossi, serão examinadas e discutidas as considerações da Agência Internacional de Energia Atômica no âmbito do acordo de garantia e cooperação bilateral", acrescentou.

- Volta à diplomacia? -

Esta visita também segue o apelo lançado sexta-feira pelo presidente americano Joe Biden a seus aliados por uma resposta às "atividades desestabilizadoras" do Irã no Oriente Médio, um dia depois de Washington, no entanto, concordar em retomar as negociações para reativar o acordo nuclear com a República Islâmica.

Biden declarou na Conferência de Segurança de Munique que os Estados Unidos trabalharão em estreita colaboração com seus aliados para lidar com o Irã, uma abordagem diferente da de Trump, unilateral e agressiva.

"A ameaça de proliferação nuclear ainda requer diplomacia prudente e cooperação entre nós", disse Biden a seus aliados europeus durante a conferência virtual.

"Por isso declaramos que estamos prontos para retomar as negociações do grupo 5 + 1 sobre o programa nuclear", explicou.

Washington e Teerã não mantêm relações diplomáticas desde 1980.

- Otimismo -

O porta-voz do governo iraniano, Ali Rabii, garantiu neste sábado que a última iniciativa nuclear do Irã não impedirá seu governo de responder a qualquer demonstração de boa vontade de Washington e expressou otimismo sobre o processo diplomático em andamento.

"Podemos prever com certeza que as iniciativas diplomáticas funcionarão bem", indicou Rabii, em editorial publicado em um jornal governamental.

Ele considera que as "reviravoltas diplomáticas" são o "prelúdio natural" para "o retorno de todas as partes aos seus compromissos, incluindo o levantamento das sanções em um futuro próximo".

A República Islâmica sempre negou que pretendia possuir armas nucleares. O acordo internacional de 2015 previa o levantamento das sanções em troca da renúncia do Irã à bomba atômica.


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