Uma denúncia involuntária de corrupção na aplicação das vacinas contra o coronavírus provocou crise no governo da Argentina nesta sexta-feira (19/2). O presidente Alberto Fernández pediu imediatamente a renúncia do ministro da Saúde, Ginés García, depois que ele supostamente liberou um jornalista a tomar o imunizante sem estar na lista de prioridades do governo.
O escândalo começou após Horacio Verbitsky afirmar em sua emissora de rádio que, por causa de sua longa amizade com o ministro, conseguiu se vacinar em seu gabinete. Ele alegou que sua família teve surto da doença, na qual morreu um parente.
O jornalista também é ligado a um grupo que defende os direitos humanos. Com a repercussão do caso, ele acabou sendo demitido da rádio.
De acordo com a imprensa local, outras pessoas próximas ao governo também foram vacinadas no Ministério da Saúde, furando a fila de prioridades.
A Argentina vacinou até o momento apenas os profissionais de saúde. Nesta semana, o governo iniciou a campanha para vacinar maiores de 70 anos na região de Buenos Aires.
No momento, o país recebeu 1,22 milhões de doses da Sputnik V e 580 mil da Covishield, vacina do Serum Institute of India.
O plano de imunização argentino inclui, mais à frente, vacinas da aliança britânica Oxford/AstraZeneca e de outros contratos, inclusive por meio do mecanismo de cooperação internacional Covax, totalizando 62 milhões de doses.