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Estado de Minas TIJUANA

Acabou a espera: com nova política de Biden, primeiros migrantes cruzam até os EUA


19/02/2021 22:13 - atualizado 19/02/2021 22:15

A espera terminou para um grupo de 25 migrantes, o primeiro a cruzar nesta sexta-feira (19) do México para os Estados Unidos, onde seguirão com seu processo de pedido de asilo como parte da nova política de imigração do presidente americano, Joe Biden.

Sua entrada a partir da cidade de Tijuana marcou o fim da medida que os obrigou a permanecer no México enquanto os tribunais americanos respondiam aos seus pedidos.

Essa política foi implementada pelo ex-presidente Donald Trump por meio do Programa de Proteção ao Migrante (MPP, na sigla em inglês).

Os migrantes atravessaram em um ônibus até a cidade de San Diego, nos EUA, acompanhados por funcionários do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), apurou um jornalista da AFP.

Um oficial encarregado de um abrigo para migrantes em San Diego confirmou por sua vez que essas pessoas já estavam acomodadas em um hotel e que receberiam ajuda para chegar a seus destinos.

Para serem beneficiários imediatos, os interessados já devem ter um processo de asilo iniciado.

"O Acnur é quem conduz o processo com o governo do México, eles definem quem tem um caso ativo perante o juiz de imigração ou um recurso", explicou à imprensa Ericka Piñero, advogada da organização de defesa de migrantes Al Otro Lado.

- Devolvidos -

Em El Chaparral, Tijuana, vários migrantes passaram a noite ao lado da cerca gradeada que marca a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Havia cerca de cem centro-americanos e 400 haitianos.

Com seus poucos pertences, alguns carregando famílias inteiras e usando máscaras de proteção contra a covid-19, eles olharam com esperança para o norte.

A maioria reconheceu que não chegou a iniciar nenhum procedimento formal e apenas três conseguiram cruzar entre aplausos. Porém, ficaram nos Estados Unidos por pouco tempo: foram devolvidos sob a alegação de problemas técnicos.

A hondurenha Nelly Maribel Cabrera entrou com seus documentos para uma audiência no tribunal que tinha marcada para esta sexta, mas foi adiada para a próxima quarta-feira.

"Confio no novo presidente, que ele vai me ouvir e me ajudar porque estou aqui há dois anos", disse Cabrera à AFP depois de ser devolvida ao México.

- Esperança e decepção -

A multidão ficou desanimada com a falta de avanço ao norte. Ali estava a haitiana Geraldine Nacice, que chegou há dois anos a Tijuana e tem uma filha nascida no México.

"Na verdade, não tenho nada marcado, mas não posso mais ir para o meu país, o Haiti está em guerra agora. Minha família está esperando por mim" nos Estados Unidos, contou.

O cubano Yabdiel Álvarez também teve sua audiência agendada para esta sexta adiada, mas não se importa em esperar mais um pouco. "Não havia esperança, agora já existe com o novo presidente Joe Biden", afirma.

Enquanto isso, em Matamoros, na fronteira com Brownsville, onde os primeiros migrantes deveriam deixar um acampamento montado a poucos passos dos Estados Unidos, segundo o Acnur, eles começarão a travessia na próxima terça-feira.

Lá, um grupo de pessoas dos estados de Guerrero e Chiapas tentou entrar para ser incluído na operação, mas o acampamento está fechado desde quinta.

Os Estados Unidos pediram para evitar viagens para a fronteira, indicando que apenas aqueles que atenderem aos requisitos de admissão serão chamados de maneira ordenada.

Uma autoridade migratória da Guatemala informou nesta sexta-feira que os países da América Central estão preparando um plano para uma possível onda de migração de haitianos, cubanos, asiáticos e africanos para os EUA.

O governo do México costumava se recusar a receber migrantes deportados de outras nacionalidades, mas com a chegada ao poder do esquerdista Andrés Manuel López Obrador, em dezembro de 2018, o México se tornou de fato um terceiro país seguro.

López Obrador cedeu às pressões tarifárias de Trump, após as enormes caravanas do final de 2018 e início de 2019.

Foi assim que se consolidou o MPP, através do qual cerca de 70 mil pessoas foram devolvidas ao México entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020, segundo organizações civis americanas.

Segundo o governo mexicano, cerca de 6 mil migrantes permanecem no país como parte do programa "Permaneça no México".


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