Jornal Estado de Minas

KUALA LUMPUR

Poluição do ar provocou mais de 160.000 mortes em 2020 em grandes cidades

Mais de 160.000 pessoas morreram no ano passado vítimas da poluição nas cinco cidades mais populosas do planeta, incluindo São Paulo e a Cidade do México, apesar da qualidade do ar ter melhorado em algumas regiões pelo confinamento, anunciou nesta quinta-feira (18) a ONG Greenpeace.



A capital mais afetada pela poluição foi Nova Délhi, onde os cálculos apontam que quase 54.000 pessoas morreram devido à toxicidade das partículas PM2.5 suspensas no ar, afirma o relatório do Greenpeace do sudeste asiático.

Em Tóquio, o documento calcula 40.000 mortes. Os demais óbitos aconteceram em Xangai, São Paulo e Cidade do México, segundo o relatório, que analisa o impacto das partículas microscópicas PM2.5, produzidas com a queima de combustíveis fósseis.

"Quando os governos escolhem o carvão, o petróleo e o gás, ao invés de energias limpas, a nossa saúde paga o preço", afirmou Avinash Chanchal, ativista do clima do Greenpeace Índia.

As partículas PM2.5 são consideradas as mais prejudiciais para a saúde. Afetam o coração e os pulmões e aumentam as probabilidades de ataques de asma.

Alguns estudos vincularam a exposição às PM2.5 a um risco mais elevado de morrer de covid-19.

O relatório utilizou uma ferramenta on-line que calcula o impacto das PM 2.5 ao obter os dados sobre a qualidade do ar do site de monitoramento IQAir. As informações são combinadas com modelos de risco científicos, além de dados sobre a população e a saúde.



A ferramenta é o resultado da colaboração entre Greenpeace, IQAir e o Centro para a Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo.

Apesar do elevado número de mortes, o confinamento imposto em todo o mundo pela pandemia de covid-19 - que deixou as ruas sem trânsito e fechou indústrias poluentes - limpou temporariamente os céus das grandes cidades.

De fato, Nova Délhi se transformou durante o confinamento no ano passado. Os moradores conseguiram observar o céu azul e respirar ar limpo.

Os cientistas afirmam que as quedas expressivas de alguns poluentes devido ao confinamento evitaram mortes.

O Greenpeace, no entanto, faz um apelo para que os governos incluam as energias renováveis no centro dos projetos de recuperação econômica após a crise provocada pela covid-19.

"Para limpar o ar, os governos devem parar de construir novas fábricas de carvão, fechar as existentes e investir em uma nova geração de energia limpa, como a eólica e a solar", afirmou o cientista Aidan Farrow, especialista em poluição do ar do Greenpeace.

audima