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Estado de Minas ANCARA

Presidente turco acusa EUA de apoiar 'terroristas' após mortes no Iraque


15/02/2021 15:07 - atualizado 15/02/2021 15:13

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou nesta segunda-feira (15) os Estados Unidos de apoiarem "terroristas", depois que Ancara reportou a execução de 13 turcos no Iraque supostamente nas mãos de rebeldes curdos do PKK.

O chefe da diplomacia americana, Anthony Blinken, disse nesta segunda-feira ao seu par turco que "terroristas do PKK" foram os responsáveis pelas mortes dos reféns turcos no nordeste do Iraque.

"O secretário deu suas condolências pelas mortes dos reféns turcos no nordeste do Iraque e afirmou nossa visão de que terroristas do PKK são responsáveis", disse em um comunicado o porta-voz do departamento de Estado, Ned Price.

"As declarações dos Estados Unidos são deploráveis. Dizem que não apoiam terroristas, mas na verdade estão do lado deles", disse Erdogan durante um discurso.

A Turquia acusou no domingo o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) de executar 13 de seus cidadãos, membros das forças de segurança, que eram mantidos cativos no norte do Iraque há vários anos.

De acordo com o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, soldados turcos descobriram 13 corpos sem vida em uma caverna localizada na região de Gara, no norte do Iraque, onde Ancara realiza desde quarta-feira uma operação contra o PKK, um grupo qualificado como "terrorista" por Ancara e seus aliados ocidentais.

O PKK admitiu no domingo a morte de um grupo de prisioneiros, mas refutou a versão de Ancara, alegando que eles foram mortos em ataques aéreos turcos.

O Departamento de Estado americano lamentou no domingo à noite em um comunicado essas mortes.

"Se a informação sobre as mortes de civis turcos nas mãos do PKK, organização classificada como terrorista, for confirmada, condenamos essas ações nos mais veementes termos", acrescentou o Departamento de Estado.

As declarações de Erdogan rejeitando a condenação americana refletem a desconfiança de Ancara com Washington em relação à sua política direcionada aos rebeldes curdos.

Se Washington considera o PKK uma organização terrorista como outros aliados ocidentais de Washington, ele apoia as milícias curdas na Síria como parte da luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Este apoio às milícias curdas sírias das YPG tem estado há vários anos no centro das tensões que atravessam as relações turco-americanas.

"Se estamos juntos na Otan e se querem que a unidade da Otan seja preservada, devemos agir com sinceridade. Vocês não podem estar com os terroristas, se querem estar ao lado de uma parte, devem ficar do nosso lado", acrescentou Erdogan a Washington.

A Turquia realiza regularmente ataques nas áreas montanhosas do norte do Iraque contra bases de retaguarda do PKK, que desde 1984 trava um conflito sangrento contra o regime turco que deixou mais de 40.000 mortos.

Apesar de tais operações provocarem tensões com o governo iraquiano, o presidente turco insiste continuamente que seu país pretende "lidar" com o PKK no norte do Iraque se Bagdá "não estiver em posição de fazê-lo".

Em dezembro, Erdogan pediu ao Iraque que intensificasse a luta em seu território contra o PKK ao receber o primeiro-ministro iraquiano, Moustafa al-Kazimi, em Ancara.

"Nenhum país, pessoa ou instituição pode questionar as operações militares da Turquia (no Iraque) após o massacre de Gara", repetiu Erdogan nesta segunda-feira.


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