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Estado de Minas BARCELONA

Separatistas ganham força na Catalunha em eleições marcadas pela pandemia


14/02/2021 20:05 - atualizado 14/02/2021 20:07

Os separatistas catalães reforçaram sua maioria no Parlamento regional neste domingo (14), após eleições marcadas pela pandemia, nas quais os socialistas do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez conseguiram uma vitória insuficiente para tomar o poder.

A política foi parcialmente ofuscada pela pandemia, que deixou marcada a imagem de funcionários destacados para as sessões de votação protegidos da cabeça aos pés para permitir a votação presencial para eleitores doentes com covid-19 ou em quarentena.

Apesar das divisões internas que surgiram após o fracasso da tentativa de secessão em outubro de 2017, os separatistas no poder expandiram sua maioria parlamentar e até superaram os 50% dos votos pela primeira vez nas eleições regionais.

Isso diluiu a vitória dos socialistas de Pedro Sánchez, que se uniu à popularidade de seu ex-ministro da Saúde e timoneiro na luta contra o vírus na Espanha, Salvador Illa, para conquistar essa rica região de 7,8 milhões de habitantes.

Com 97,5% dos votos apurados, Illa foi o candidato mais votado (23,4%), mas, com apenas 33 das 135 cadeiras no Parlamento regional, parece difícil que seu Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC) possa presidir a região, já que os independentistas prometeram vetar sua formação de pactos de governo.

Logo atrás na votação aparecem os dois partidos do governo regional, Esquerda Republicana (ERC), com 33 assentos, e Juntos pela Catalunha (JxC), com 32.

Com os nove assentos da esquerda radical CUP, os independentistas aumentarão de 70 para 74 assentos e poderão formar um governo se conseguiram deixar para trás as discrepâncias de opinião que surgiram desde o fracasso de 2017.

Pela primeira vez, o ERC supera seus parceiros de coalizão JxC, colocando seu candidato Pere Aragonés, um separatista moderado, como o favorito para presidir a região.

As eleições trouxeram para Parlamento catalão à extrema direita do partido Vox pela primeira vez, que com um discurso inflamado contra o separatismo catalão emergiu como a quarta força com 11 assentos.

- Eleições em meio à pandemia -

A pandemia condicionou eleições que ocorreram entre uma forte implantação de medidas sanitárias (máscaras, distanciamento, álcool em gel, controles de capacidade ...) e nas quais as pessoas infectadas com covid-19 ou em quarentena puderam votar presencialmente.

A última hora de votação foi reservada para os doentes em uma situação excepcional que obrigou os funcionários do centro de votação a se cobrirem totalmente com macacão branco, luvas e protetor facial.

"Estou aqui por obrigação. Se pudesse escolher, não teria vindo", disse Marta Manzanero, comerciante de 46 anos, escondida por trás de todas essas proteções, esperando a chegada de eleitores doentes.

O medo da pandemia enfraqueceu o comparecimento da população, que não chegou a 55% dos 5,6 milhões de eleitores, 25 pontos percentuais abaixo do nível recorde registrado nas eleições anteriores de 2017.

"Eu duvidava até o último momento se iria votar ou não (...) Acho que essas eleições deveriam ter sido adiadas", criticou Cristina Caballero, uma educadora infantil de 34 anos de Barcelona.

"Não é o melhor momento para fazer eleições (...), mas quando você vai trabalhar todos os dias no metrô, você também está se expondo", argumentou Sergi López, 40.

O governo regional tentou adiar as eleições no final de maio devido à pandemia, mas a justiça impediu.

Temeu-se pelo próprio sistema eleitoral, já que mais de 40% das pessoas designadas por sorteio para trabalhar como ajudantes e mesários pediram para não comparecer, mas finalmente todos os centros de votação foram abertos.

Para minimizar o risco de contágio, as autoridades estabeleceram pontos de votação em espaços abertos, como nos arredores do estádio do Barcelona ou uma praça de touros na cidade de Tarragona.

As eleições, as quintas nesta região desde 2010, aconteceram mais de três anos após a realização de um referendo ilegal de autodeterminação, marcado pela violência policial e a uma tentativa frustrada de proclamação de uma república independente.

O então presidente regional, Carles Puigdemont, está exilado na Bélgica e outros novos líderes cumprem penas de 9 a 13 anos de prisão por sedição.

Desde então, o movimento independentista se dividiu entre a estratégia disruptiva de Puigdemont e a moderação do ERC, que se tornou até mesmo o pilar do governo minoritário de Sánchez no Congresso espanhol.


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