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Estado de Minas YANGON

Manifestantes birmaneses tentam frustrar prisões de anti-golpistas


13/02/2021 13:00 - atualizado 13/02/2021 13:14

A oposição ao novo regime militar em Mianmar se intensificou neste sábado (13) com a aparição de grupos espontâneos de vigilância para frustrar as prisões de ativistas anti-golpistas, e uma resolução na ONU que pede a libertação de Aung San Suu Kyi.

As manifestações começaram cedo neste sábado e horas mais tarde reuniam várias dezenas de milhares de pessoas.

Os manifestantes, que levantavam três dedos em sinal de resistência, se concentraram no centro de Yangun, capital econômica do país, e o tráfego foi interrompido em um show de buzinas para celebrar o aniversário do pai da independência birmanesa, o general Aung San, que faria 106 anos hoje.

Desde o golpe de Estado de 1o de fevereiro, "mais de 350 políticos, representantes do Estado, ativistas e membros da sociedade civil, incluindo jornalistas, monges e estudantes, foram detidos", disse a ONU em uma sessão extraordinária do conselho de direitos humanos, classificando como "inaceitável" o uso da violência contra os manifestantes.

Nesta reunião foi adotada uma resolução que exige a libertação imediata de Aung San Suu Kyi.

Na sexta-feira à noite, comitês de vigilância cidadã foram formados espontaneamente para tentar dificultar a detenção de opositores.

Em um vídeo gravado em um bairro de Yangun, alguns moradores vão para a rua, desafiando o toque de recolher instaurado às 20h00, após boatos de uma operação policial para prender dissidentes.

- Comitês cidadãos anti-junta -

Em Pathein (sul), centenas de pessoas marcharam à noite para o hospital público, algumas armadas com varas ou barras de ferro, para tentar defender o responsável médico do hospital, depois que souberam que havia sido preso pelo exército.

Em Yangun, médicos, estudantes e funcionários do setor privado marcharam por uma das principais avenidas da cidade. Desobedecendo a proibição de se reunir, muitos usavam as cores da Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi, e outros erguiam retratos da líder de 75 anos deposta, que está detida há 12 dias.

"Retornaremos ao trabalho somente quando o governo civil da 'Mãe Suu' Kyi for restabelecido. Pouco importam as ameaças", declarou à AFP Wai Yan Phyo, um médico de 24 anos, antes da multidão se dispersar.

Houve protestos também em outras cidades, com jovens que cantavam rap e dançavam "coreografias anti-golpe".

A maioria dos protestos foi pacífica, mas a tensão era palpável.

As forças de segurança dispersaram brutalmente uma manifestação no sul do país. Várias pessoas ficaram levemente feridas por balas de borracha e pelo menos outras cinco foram detidas.

No fim do dia, a polícia anunciou que tinha ordens de prisão contra ativistas proeminentes acusados de "usar sua populairdade (...) para prejudicar a estabilidade do Estado".

- Pressão internacional -

A situação em Mianmar preocupa em nível internacional.

Washington decidiu bloquear os ativos e transações nos Estados Unidos de dez oficiais militares e ex-militares considerados responsáveis pelo golpe, incluindo seu chefe Min Aung Hlain. Também apontam para três empresas do lucrativo negócio de pedras preciosas que são propriedade ou estão controladas pelo exército.

Centenas de monges budistas se reuniram em frente à embaixada americana para realizar uma oração.

China e Rússia, no entanto, voltaram a apoiar o exército birmanês no Conselho de Direitos Humanos da ONU, no qual seus embaixadores alegaram que este é um "assunto interno" do país.

Os gigantes da internet denunciaram um projeto de lei sobre cibersegurança que permitirá à junta obrigá-los a transmitir metadados de usuários.

Facebook, o principal meio de comunicação para milhões de birmaneses, informou que reduziria a visibilidade do conteúdo administrado pelos militares porque acredita que o exército divulga "informações falsas".

Os generais questionam as eleições de novembro, vencidas pelo LND por ampla maioria.

Mianmar viveu sob o jugo dos militares durante quase 50 anos desde sua independência em 1948, com repressões sangrentas em 1988 e 2007.

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