A Rússia, principal aliada de Damasco, bloqueou repetidamente as negociações, explicaram essas fontes à AFP. Não foi possível obter um comentário da missão diplomática de Moscou na ONU sobre as razões do fracasso das conversas.
Durante uma reunião a portas fechadas pela manhã, o emissário da ONU para a Síria, Geir Pedersen, havia chamado o Conselho de Segurança a se unir para sair do impasse, reconhecendo o fracasso da última reunião do comitê encarregado de reformar a Constituição e para preparar o caminho para eleições transparentes na Síria.
"As atuais divisões dentro da comunidade internacional devem ser superadas", disse Pedersen após sua videoconferência com o Conselho de Segurança.
Há uma "necessidade de uma diplomacia internacional construtiva na Síria. Sem ela, é improvável que um caminho constitucional realmente avance", acrescentou.
Desde o início do conflito em 2011, que deixou mais de 380.000 mortos, a questão frequentemente opôs os países ocidentais à Rússia, principal aliado do regime sírio, e à China.
O encontro do final de janeiro, o quinto do gênero, foi "uma oportunidade perdida e uma decepção", reconheceu também o emissário da ONU, encarregado de organizá-lo com representantes do regime, da oposição e da sociedade civil.
O Comitê Constitucional da Síria, encarregado de emendar a Constituição de 2012 com vistas às próximas eleições, foi criado em setembro de 2019 e inaugurado em 30 de outubro de 2019 em Genebra.
Durante a videoconferência do Conselho de Segurança, os ocidentais foram unânimes em denunciar o "fracasso" do processo político para o fim do conflito na Síria, atribuindo sua responsabilidade ao regime sírio, segundo diplomatas.
A revisão da Constituição síria consta na resolução 2.254, aprovada em dezembro de 2015 pelo Conselho de Segurança, que também prevê a organização de eleições sob a supervisão das Nações Unidas.
A última declaração sobre a Síria adotada pelo Conselho data de outubro de 2019. Seu objetivo era então saudar a criação de um Comitê Constitucional "credível, equilibrado e inclusivo".
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