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Estado de Minas WASHINGTON

Trump e Biden, discretos sobre processo de impeachment


09/02/2021 19:43

Todos nos Estados Unidos estão falando sobre o impeachment de Donald Trump. Nem todos, na verdade. Dois homens permanecem, por razões diferentes, em segundo plano: Joe Biden e o próprio Trump.

Esse momento, que pode ter uma influência determinante no cenário político americano nos próximos anos, é inédito sob todos os pontos de vista: nenhum presidente jamais testemunhou o julgamento de seu antecessor perante o Congresso.

Para Joe Biden, a mensagem é clara: três semanas após chegar ao poder, sua atenção está voltada para a pandemia (que já deixou mais de 465 mil mortos nos Estados Unidos) e as consequências econômicas que atingem dezenas de milhões de cidadãos.

O processo "é obviamente uma grande história no país, sem dúvida, mas o presidente está se concentrando nos empregos dos americanos e na pandemia", afirmou Jen Psaki, sua porta-voz, minutos antes da abertura dos debates no Senado.

O que está em cena reforça a imagem de um dirigente que não tem tempo a perder com as manobras dos advogados ou os debates sobre a constitucionalidade do processo.

O processo teve início às 13 horas, horário local, no Congresso. Quase ao mesmo tempo, a Casa Branca agendou uma reunião de trabalho sobre o plano de ajuda à economia.

Os participantes? A secretária do Tesouro, Janet Yellen, e um grupo de importantes empresários: Jamie Dimon (JPMorgan Chase), Doug McMillon (Walmart) e Sonia Syngal (Gap).

Desde que assumiu o poder, o 46º presidente dos Estados Unidos raramente se refere ao 45º pelo nome e, muitas vezes, responde o mais rápido possível a perguntas relacionadas a ele.

Questionado na segunda-feira, no gramado da Casa Branca, Biden não quis entrar em detalhes sobre o processo histórico que está se iniciando: "Deixe o Senado fazer seu trabalho", ressaltou.

- Trump conta suas tropas -

Donald Trump, confinado em Mar-a-Lago desde sua saída de Washington em 20 de janeiro, também optou pela discrição.

Também é verdade que, dias antes do fim de sua Presidência, ele foi privado de seu megafone favorito: sua conta no Twitter.

No entanto, poderia ter escolhido outros canais de comunicação, inclusive os vídeos pré-gravados dos quais se tornou fã ao final do mandato.

Ao mesmo tempo, calar a boca e deixar seus advogados sob os holofotes também tem suas vantagens: se uma absolvição parece quase clara (a grande maioria dos senadores republicanos apoiou uma tentativa de impedir o processo), uma comunicação inadequada poderia fazer a máquina desandar.

Além disso, segundo alguns de seus assessores ouvidos pelo site Politico, Trump pode ter finalmente entendido as vantagens de falar menos, após um mandato em que ocupou todo o espaço sem descanso.

"Ele finalmente entendeu que menos é mais", explicou um deles.

Assistir aos debates de seu resort à beira-mar, remotamente, deve permiti-lho avaliar o quanto mantém o controle no Partido Republicano.

Assim, poderia contar seus aliados e fazer um balanço preciso das correntes que cruzam o "Grand Old Party", dividido entre aqueles que acreditam firmemente no retorno de Trump em 2024, aqueles que preferem virar a página definitivamente e aqueles - inúmeros, porém discretos - quem preferem se ocupar de outros assuntos agora, mas ainda não falam muito alto por medo de perturbar suas bases.

É conveniente para Trump esperar a aguardada absolvição para sair das sombras. Tanto para iniciar um retorno à linha de frente ou, ao contrário, para se posicionar como figura decisiva para a tomada de decisões frente às primárias republicanas de meio mandato (2022).

Há quase exatamente um ano, um dia após sua absolvição durante seu primeiro processo de impeachment (no caso ucraniano), ele estava exultante.

Acenando com uma cópia do Washington Post com uma manchete enorme, "Trump absolvido", criticou seus oponentes "desonestos", "mentirosos" e "malvados".

"É uma comemoração", disse antes de agradecer - um por um e apoiado por anedotas pessoais - aos legisladores republicanos que se comportaram como "guerreiros".

Na Casa Branca, apesar da prevalente discrição, não há dúvida de que toda a equipe Biden vai acompanhar nos próximos dias o impacto desse processo sobre a opinião pública.

De acordo com uma pesquisa publicada nesta terça-feira, poucas horas antes do início dos debates, 56% dos consultados estimam que o presidente deve ser considerado culpado por "incitamento à rebelião" na invasão ao Capitólio.

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