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Estado de Minas BOGOTÁ

Colômbia regularizará temporariamente quase um milhão de venezuelanos sem documentos


08/02/2021 19:44 - atualizado 08/02/2021 19:49

A Colômbia regularizará temporariamente quase um milhão de venezuelanos sem documentos, anunciou o presidente Iván Duque nesta segunda-feira (8), uma decisão saudada pelo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi.

O presidente Iván Duque decidiu flexibilizar sua política migratória frente aos venezuelanos em um encontro em Bogotá com o enviado italiano.

Os estrangeiros beneficiados representam 56% do 1,7 milhão que chegaram ao país vizinho, fugindo da grave crise venezuelana.

"Tornamos pública a decisão de nosso país de criar um estatuto de proteção temporária na Colômbia que nos permita realizar um processo de regularização dos migrantes que estão em nosso país", afirmou Duque em declaração ao lado de Grandi.

O presidente explicou que os venezuelanos terão status de proteção temporária por dez anos, durante os quais poderão tirar visto de residente caso decidam permanecer no país.

O processo começará com o cadastro oficial dos migrantes, que incluirá seus "locais de moradia, suas condições socioeconômicas e, claro, também constarão em um registro biométrico", especificou Duque.

Segundo o presidente, a decisão trará "benefícios de segurança nacional" porque será possível identificar os estrangeiros que cometerem delitos para sancioná-los, mas também em termos "humanitários", pois os venezuelanos estarão "em igualdade de direitos" na Colômbia.

"Eu penso realmente que estamos na presença de um gesto que é histórico (...), emblemático para a região, inclusive para o mundo inteiro", admitiu Grandi.

- Migrantes e vacinas -

O presidente fez o anúncio depois de receber duras críticas em dezembro por sua intenção de excluir os não documentados do processo de vacinação em massa contra o novo coronavírus que, segundo o governo, terá início em 20 de fevereiro.

Duque reviu sua posição e pediu ajuda internacional, após criticar o que chamou de uma resposta "magra" de organizações e outros países frente à maior crise migratória do continente.

Grandi assegurou que o novo estatuto de proteção permitirá uma "maior cobertura de vacinação" na Colômbia, o principal local de acolhida do êxodo venezuelano.

Com 50 milhões de habitantes, a Colômbia é um dos mais afetados na região pela pandemia de covid-19. Com mais de dois milhões de contágios, é o segundo com maior número de casos, atrás apenas do Brasil, e o terceiro com maior número de mortes (55.900).

O chefe da Acnur lembrou que a população venezuelana é particularmente vulnerável, pois "trabalha em sua maioria no setor informal e enfrenta situações de abuso, exploração e discriminação".

"O estatuto de proteção temporária suporá uma diferença fundamental em suas vidas e também lhes permitirá contribuir plenamente com a sociedade colombiana", destacou.

Durante o governo de Donald Trump, a Colômbia foi o segundo país depois dos Estados Unidos a fazer mais pressão para a saída de Nicolás Maduro do poder, mas o líder chavista se mantém com o apoio das Forças Armadas, Rússia, Cuba e China.

Com Joe Biden, o governo da Colômbia acordou continuar trabalhando para a restauração da democracia na Venezuela.

"Os países têm que refletir sobre como pôr fim à ditadura na Venezuela", insistiu Duque.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, comemorou a decisão e assegurou no Twitter que seu país trabalha para "expandir programas humanitários em todo o mundo".

Sem relações diplomáticas, Colômbia e Venezuela compartilham uma fronteira porosa de 2.200 km.

As Nações Unidas calculam que 34% dos cinco milhões de venezuelanos que deixaram seu território estão nesse país.


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