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Estado de Minas WASHINGTON

Relatório do governo dos EUA diz que sanções prejudicam economia da Venezuela


08/02/2021 18:34

As sanções dos Estados Unidos à Venezuela certamente contribuíram para piorar a deterioração da economia do país sul-americano e criaram obstáculos para os trabalhadores humanitários, apontou um relatório de um órgão do governo norte-americano nesta segunda-feira (8).

O Government Accountability Office (GAO), no entanto, não quantificou os danos e apontou outros fatores por trás do colapso econômico da Venezuela, incluindo falhas do governo de Nicolás Maduro.

Também não disse diretamente se as sanções prejudicam os cidadãos venezuelanos ou o governo, e ressaltou que os Estados Unidos enfatizaram que as sanções não restringem a ajuda humanitária.

A avaliação do GAO, solicitada por legisladores democratas, surge em um momento em que o presidente Joe Biden parece pronto para ajustar as políticas em relação à Venezuela, enquanto preserva em grande parte a estratégia de seu antecessor Donald Trump, que até agora falhou em expulsar Maduro, considerado por ambos um "ditador".

O GAO, uma agência do Poder Legislativo que fiscaliza o governo federal, indicou que a economia venezuelana se contraiu "constantemente" por quase uma década, mas caiu "abruptamente" desde o início das medidas punitivas de Washington em 2015, especialmente a partir de 2019 .

Trump impôs um embargo de fato ao petróleo da Venezuela, crucial para sua economia, ao sancionar a Petróleos de Venezuela (PDVSA) em janeiro de 2019. Em seguida, Maduro, no poder desde 2013, iniciou um segundo mandato não reconhecido pelos Estados Unidos e cinquenta outros países, por considerá-lo resultado de fraude eleitoral.

"As sanções, particularmente contra a estatal de petróleo em 2019, provavelmente contribuíram para o declínio mais acentuado da economia venezuelana, principalmente por limitar as receitas da produção de petróleo", observou o relatório.

"Porém, a má gestão da estatal venezuelana de petróleo e a queda dos preços do petróleo são outros fatores que também afetaram o desempenho da economia nesse período", acrescentou.

- "Pioraram a situação" -

O relatório do GAO apontou que os Estados Unidos buscaram "mitigar" as consequências negativas das sanções, mas observou que agências governamentais relataram "desafios" na entrega de ajuda humanitária, como fechamento de contas ou rejeição de transações financeiras.

Portanto, recomendou que o Tesouro faça mais para rastrear as reclamações dos trabalhadores humanitários, a fim de resolver os problemas recorrentes.

Desde 2015, os Estados Unidos sancionaram mais de 150 pessoas ligadas ao governo Maduro e revogaram os vistos de centenas de venezuelanos. Além disso, impôs medidas punitivas ao Banco Central da Venezuela e à PDSVA, bem como a entidades estrangeiras que mantêm negócios com o governo ou com a estatal de petróleo.

"Este relatório deixa claro que as sanções impostas pelos Estados Unidos pioraram a situação" na Venezuela, disse o deputado Andy Levin, um dos legisladores que solicitou o relatório do GAO, pedindo uma abordagem "mais humana e eficaz" do governo Biden.

O novo presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, o democrata Gregory Meeks, afirmou que ajudar o povo venezuelano será uma de suas principais prioridades.

"É hora de avançar após quatro anos da política fracassada do governo Trump em relação à Venezuela e trabalhar com nossos aliados no Grupo de Lima e na União Europeia em uma abordagem multilateral mais eficaz para as múltiplas crises do país", disse ele em um comunicado.

Na semana passada, o governo Biden descartou um contato com Maduro "no curto prazo".

Entre os princípios norteadores da política de Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, mencionou o compromisso de conceder Status de Proteção Temporária (TPS) aos venezuelanos que estão nos EUA devido à crise em seu país, o que lhes permitirá residir e trabalhar legalmente.

O desastre na Venezuela, onde Maduro continua no poder apoiado pela Rússia, China, Irã e Cuba, provocou a saída do país de cerca de 5,4 milhões de pessoas nos últimos anos, segundo a ONU.


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