A equipe formada por um médico e um auxiliar de enfermagem que dirigia e ambulância "foi atacada e agredida por um grupo armado" depois das três da manhã, enquanto seguiam para prestar atendimento médico no Reparto Las Cañas, em Ilopango, cerca de 7 km a leste de San Salvador, disse à AFP o coordenador da MSF, Luis Romero.
"No momento, todas as nossas atividades médicas estão suspensas, mas não canceladas, até que possamos investigar e que nossas intervenções possam ser realizadas com segurança", disse Romero.
Após o violento incidente, o médico e o enfermeiro foram ajudados por outra unidade da MSF, que os transferiu para um hospital do Instituto Salvadorenho de Previdência Social.
"Atualmente, nossos colegas se encontram estáveis e estão sendo acompanhados por um médico", disse Romero. "Estamos indignados e tristes e apelamos aos atores armados (gangues) e à sociedade civil em geral a respeitarem a missão médica".
Nossa ação é neutra, imparcial e independente e prestamos ajuda às pessoas na hora de sua maior necessidade", enfatizou o coordenador da MSF.
A organização MSF é uma esperança de assistência médica para as populações que sofrem com a pandemia de covid-19 em áreas dominadas por gangues criminosas, onde a saúde pública não chega.
El Salvador é um dos países mais violentos do mundo e encerrou 2020 com 1.322 homicídios, o que significou uma média de 20 mortes por 100.000 habitantes, um número menor em relação a 2019 e o menor desde o fim da guerra civil em 1992. Em 2019, registrou 2.398 homicídios, ou seja, 36 mortes por 100.000 habitantes.
As gangues Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18, entre outras, têm cerca de 70.000 membros em El Salvador, mais de 17.000 estão presos e envolvidos em extorsão, tráfico de drogas e outras atividades ilegais.