Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Reparar a democracia dos EUA é crucial para rivalidade com a China, diz assessor de Biden

O presidente dos EUA, Joe Biden, vai impor custos à China, mas também trabalhará para reparar a democracia em casa, na tentativa de vencer a rivalidade emergente entre as duas principais economias do mundo, afirmou um assessor importante nesta sexta-feira (29).



Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional, disse que a estratégia do novo governo inclui a renovação de alianças e investimentos robustos em tecnologia para garantir que os Estados Unidos mantenham uma vantagem crítica.

Em uma referência velada ao presidente derrotado Donald Trump, cujas alegações infundadas de fraude eleitoral culminaram no ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por uma multidão, Sullivan afirmou que a China estava se tornando mais explícita em afirmar que tinha um modelo melhor.

"Estão apontando para a disfunção e divisão nos Estados Unidos e dizendo - dê uma olhada nisso, o sistema deles não funciona, o nosso sistema sim", disse Sullivan no Instituto da Paz dos EUA.

"Portanto, o primeiro passo", declarou ele, "é restaurar a base fundamental de nossa democracia".

"E isso se aplica a tudo, desde nosso próprio sistema democrático até questões de desigualdade racial e de desigualdade econômica - todas as coisas que contribuíram para a perda do brilho do modelo americano."

O governo Biden indicou que manterá a linha dura de Trump em relação à China, ao menos em substância, se nem sempre em tom, em questões que vão do comércio aos direitos humanos, incluindo o que os Estados Unidos descreveram como genocídio contra o povo uigur, em sua maioria muçulmano, na região de Xinjiang.



Segundo Sullivan, o governo "imporá custos pelo que a China está fazendo em Xinjiang, pelo que está fazendo em Hong Kong, pela belicosidade e ameaças que está projetando contra Taiwan".

"Com nossos aliados e parceiros na Europa e na Ásia, representamos bem mais da metade da economia mundial", frisou Sullivan, dizendo que isso fornece "o tipo de vantagem que precisamos para conseguir produzir resultados".

O último conselheiro de segurança nacional de Trump, Robert O'Brien, ao falar no mesmo evento, disse que o governo Biden "começou bem na China".

Sullivan afirmou ainda que o governo Biden vai promover fortemente pesquisas em áreas como inteligência artificial, computação quântica, biotecnologia e energia limpa.

"Isso requer uma combinação de trabalho próximo com aliados e parceiros para fazer investimentos públicos ambiciosos e agressivos aqui nos Estados Unidos, para que permaneçamos na vanguarda."

audima