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Estado de Minas ROSSLARE

Após Brexit, o porto irlandês de Rosslare se torna porta de entrada para a UE


29/01/2021 13:47

Na espessa neblina matinal, uma gigantesca balsa de Dunquerque, na França, atraca e descarrega um fluxo de caminhões no pequeno porto irlandês de Rosslare, que viu o tráfego entre a União Europeia disparar após o Brexit.

A linha Dunkerque-Rosslare, no extremo sudeste da Irlanda, foi inaugurada pela empresa dinamarquesa DFDS no dia 2 de janeiro e permite que as transportadoras cheguem à República da Irlanda a partir do resto da União Europeia sem passar pelo Reino Unido, evitando as novas barreiras alfandegárias existentes impostas com o Brexit no início deste ano.

Desde então, o porto registrou um aumento de 476% no tráfego de carga com destino à Europa continental em relação ao ano passado, disse seu diretor, Glenn Carr, à AFP.

"Passamos de três serviços diretos semanais para a Europa continental para 15 hoje", acrescenta.

No caminho para as docas, uma placa saúda os visitantes proclamando "Rosslare Europort: a porta de entrada para a Europa."

- Não passar pelo Reino Unido -

O Reino Unido deixou oficialmente a UE em 31 de janeiro de 2020, mais de três anos e meio após o referendo em que o país votou 52% a favor do Brexit. Mas os efeitos dessa decisão só começaram a se fazer sentir no início deste ano, com o fim do período de transição pós-Brexit.

Confrontadas com as restrições e atrasos causados pelos novos procedimentos, as transportadoras irlandesas estão cada vez mais relutantes em usar o Reino Unido para ligar a Irlanda ao continente, como fizeram anteriormente.

Antes do Brexit, mais de 150.000 caminhões a cada ano transportavam cerca de três milhões de toneladas de mercadorias de e para a UE por meio desta rota, cruzando rapidamente o Mar da Irlanda de balsa para desembarcar no País de Gales e, em seguida, através do Canal da Mancha do sul da Inglaterra.

Mas no início de janeiro, o porto de Dublin - um elo fundamental nesta "ponte terrestre" - sofreu uma súbita calmaria em seus fluxos e as companhias de balsas tiveram que cancelar alguns navios.

Desde então, parece que o porto de Rosslare, muito menor que o de Dublin, mas o segundo maior centro de carga da Irlanda, poderia se tornar a nova rota preferida para a Europa, menos complicada do que atravessar o Reino Unido, apesar de uma distância maior por mar.

"Quando se trata de uma viagem com mercadorias de um ponto a outro, descobrimos que não há muita diferença (no tempo) entre esta rota e a ponte de terra", diz Carr. "Mas aqui você não tem que preencher papelada, você economiza combustível e os motoristas ficam mais descansados".

De acordo com Carr, alguns sinais mostram que os hábitos do revendedor e do consumidor já mudaram desde o final do período de transição.

"Muitos dos principais varejistas irlandeses agora trazem seus produtos diretamente da Europa continental", diz ele. "Estamos vendo grandes clientes como a Amazon trazendo muitas remessas diariamente."

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DFDS


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