Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Pentágono acusa talibãs de não respeitar 'seus compromissos' no acordo de paz

Os talibãs não estão cumprindo com os compromissos assumidos no acordo de paz com os Estados Unidos, inclusive reduzir a violência e romper os laços com a Al Qaeda, disse o Pentágono nesta quinta-feira (28).



"Ainda estamos comprometidos em tentar chegar a um acordo negociado. Os talibãs não cumpriram seus compromissos", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

"Enquanto eles não respeitarem seu compromisso de renunciar ao terrorismo e pôr fim aos ataques violentos contra o exército afegão (...) é muito difícil chegar a uma solução negociada".

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que revisará o acordo assinado em fevereiro com os talibãs, principalmente para "avaliar" o respeito do grupo com seus compromissos, mas é a primeira vez que o seu governo expressa um julgamento claro sobre a atitude dos insurgentes afegãos.

O governo de Donald Trump chegou a um acordo histórico com os talibãs, que prevê a retirada total das forças americanas até maio em troca da promessa dos insurgentes de não permitir que grupos terroristas operem nas áreas que controlam.

O acordo também previa o lançamento das primeiras negociações diretas de paz entre os talibãs e as autoridades em Cabul, iniciadas em setembro, mas ainda não produziram resultados concretos, especialmente em termos de redução da violência.



O governo Trump reduziu o contingente militar dos EUA no Afeganistão para 2.500 soldados em 15 de janeiro, seu nível mais baixo desde 2001, um número que o novo governo democrata considera suficiente.

"No momento, acreditamos que temos o que é preciso para fazer o que queremos", anunciou o porta-voz. "Mas nenhuma decisão foi tomada sobre como será essa presença militar no futuro".

"Eu gostaria de dizer isso aos líderes do talibã: eles tornam qualquer decisão final sobre a presença militar (dos EUA) muito mais difícil por causa de sua relutância em entrar em negociações razoáveis, viáveis e confiáveis" com o governo afegão, acrescentou Kirby.

Ele reafirmou o desejo de Washington de que os afegãos cheguem a um acordo negociado.

"Os talibãs não estão cumprindo seus compromissos de reduzir a violência e abandonar seus laços com a Al Qaeda", finalizou.

audima