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Estado de Minas CIDADE DA GUATEMALA

Guatemaltecos suspeitam que familiares estejam entre mortos no México


25/01/2021 20:54 - atualizado 25/01/2021 20:55

Moradores do povoado de Comitancillo, na Guatemala, suspeitam que pelo menos uma dezena de seus familiares estejam entre as 19 pessoas cujos corpos foram encontrados carbonizados em uma estrada rural fronteiriça entre o México e os Estados Unidos, disse uma autoridade local.

"Os familiares asseguram que são parentes dos que foram assassinados", disse à AFP por telefone Luis Velásquez, governador de San Marcos, departamento situado 260 km a sudeste da capital, fronteiriço com o México. O povoado de Comitancillo fica em sua jurisdição.

O funcionário comentou que, segundo o testemunho das famílias, um grupo de moradores da região saiu da Guatemala para migrar aos Estados Unidos, via México. A última vez que fizeram contato foi em Tamaulipas, onde as autoridades mexicanas reportaram a descoberta de 19 corpos.

"Os familiares falaram dias antes com eles e lhes disseram que já estavam em Tamaulipas, por isso estão certos de que as vítimas são eles (seus parentes)", acrescentou.

Por isso, várias pessoas se apresentaram à chancelaria nesta segunda-feira para dar detalhes dos viajantes e poder facilitar sua identificação.

Vários familiares foram à sede do Ministério das Relações Exteriores da capital para fazer exames de DNA para auxiliar na identificação das vítimas e determinar se são guatemaltecos, detalhou a chancelaria.

Os moradores de Comitancillo suspeitam que são seus familiares porque um grupo deles foi de forma irregular aos Estados Unidos, apesar dos perigos na via pelo crime organizado no México, especialmente o narcotráfico.

"Dá a coincidência de ter partido nessa data e provavelmente sim (esteja entre os mortos)", disse à AFP Valdemar Cardona, que recorreu às autoridades temendo que seu cunhado, Édgar López, esteja entre os falecidos.

Nas redes sociais, um deputado da região e do próprio município de Comitancillo já tinham publicado notas de condolências pelo falecimento de seus 13 concidadãos.

Mas o Ministério das Relações Exteriores guatemalteco informou nesta segunda que "é mantida comunicação com as autoridades competentes (no México) e se espera conhecer a origem e a identidade dos falecidos e determinar se há guatemaltecos entre as vítimas".

Aos familiares "informou-se que as autoridades mexicanas manifestaram que estão na fase de perícia e identificação, e por isso por enquanto não é possível confirmar a identidade dos falecidos", detalhou em uma declaração.

Os corpos dos supostos migrantes foram localizados em uma estrada rural no município de Camargo, perto da fronteira com o estado de Nuevo León, informou a procuradoria mexicana em um comunicado.

Segundo as primeiras investigações, "a morte foi provocada por projéteis de arma de fogo e depois foram queimados", acrescentou a nota.

Os guatemaltecos revivem o horror com a morte de migrantes em Tamaulipas. Em agosto de 2010, houve um massacre de 72 pessoas, das quais 13 da Guatemala. Os fatos ocorreram em um rancho de San Fernando, a 160 km da fronteira com os Estados Unidos.

Nenhum parente pôde viajar a San Fernando devido aos perigos nesta região do estado de Tamaulipas. Em abril de 2011, nesta mesma região foram encontradas 40 valas clandestinas com 195 corpos, a maioria de mexicanos.

Segundo as autoridades, o massacre foi executado pelo cartel de Los Zetas, um dos mais poderosos na época.

Tamaulipas, na costa do Golfo do México, é a via mais curta para chegar aos Estados Unidos, mas também a mais perigosa devido à presença de grupos criminosos, que sequestram, extorquem e assassinam migrantes.


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