Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Republicanos anunciam que irão se opor a impeachment de Trump

Os congressistas republicanos deram sinais neste domingo (24) de que os democratas não terão uma vida fácil no julgamento de impeachment de Donald Trump, que começará em fevereiro, o primeiro de um ex-presidente.



A Presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, enviará ao Senado na segunda-feira a acusação de somente um artigo contra Trump por incitar a insurreição no Capitólio em 6 de janeiro, o que resultou na morte de cinco pessoas.

Enquanto ambos os partidos se preparam para o que deve ser um julgamento rápido, os líderes republicanos anunciaram que vão resistir aos argumentos políticos e constitucionais, levantando dúvidas de que os democratas obtenham os 17 votos republicanos de que precisam para uma condenação.

Ambos os partidos têm 50 cadeiras no Senado - a vice-presidente Kamala Harris decide em caso de empate -, mas dois terços são necessários para uma condenação, o que equivale a 67 votos.

"Acho o julgamento estúpido. Acho que é contraproducente. Já temos um incêndio neste país e é como pegar gasolina e jogar nas chamas", criticou Marco Rubio, líder republicano do Comitê de Inteligência do Senado, em declarações à emissora Fox News.

Rubio reconheceu que Trump - que inflamou uma multidão que mais tarde invadiu o prédio do Congresso - "carrega alguma responsabilidade pelo que aconteceu". Mas "reviver isso novamente" será ruim para o país, continuou o senador, um candidato presidencial derrotado por Trump nas primárias de 2016.



Outros republicanos argumentaram que o Senado não tem autoridade para processar um cidadão comum, o que Trump é agora que deixou o cargo.

O senador Mike Rounds disse à NBC no programa "Meet the Press" que a Constituição não permite o impeachment de um ex-presidente.

"Há outras coisas em que devemos trabalhar", como as confirmações dos indicados para formar o gabinete do presidente Joe Biden.

Mas o senador Mitt Romney, um candidato presidencial republicano em 2012 e ferrenho crítico de Trump, disse à CNN que "a preponderância das opiniões legais é que o impeachment depois que um presidente deixa o cargo é constitucional. Acho que é o caso".

O republicano de Utah, o único que votou contra Trump no julgamento de impeachment ocorrido no início de 2020, deu a entender que fará o mesmo desta vez.

"O que se presume e o que vimos, que é o incitamento à insurreição, é uma ofensa passível de impeachment. Se não for, então o que é?".

Enquanto isso, o presidente Biden se distanciou do assunto, ansioso para deixar o governo Trump para trás e concentrar suas forças na luta contra a covid-19 e na recuperação econômica.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o presidente "acredita que cabe ao Senado e ao Congresso determinar as responsabilidades do ex-presidente".

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