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Estado de Minas WUHAN

Um ano após confinamento em Wuhan, pandemia se fortalece


23/01/2021 19:47 - atualizado 23/01/2021 19:49

Exatamente um ano depois de a China impor um confinamento espetacular na cidade de Wuhan - local agora aparentemente livre do novo coronavírus -, a pandemia se fortalece na maior parte do mundo e desencadeando protestos no Brasil.

Com trânsito desenfreado, transporte público a todo vapor e parques lotados, a cidade chinesa de 11 milhões de habitantes onde o vírus surgiu dá sinais de boa saúde.

Mas em outras partes do mundo a pandemia está se alastrando.

A Europa enfrenta uma situação cada vez mais séria com problemas de produção que afetam o fornecimento de vacinas AstraZeneca-Oxford e Pfizer-BioNTech.

No Brasil, um dos países mais atingidos pela pandemia, milhares de pessoas protestaram neste sábado contra o presidente Jair Bolsonaro em cidades como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, pedindo a saída do presidente e "vacinação para todos".

Cientistas brasileiros alertam que o país pode ficar sem doses de vacinas e equipamentos básicos como seringas, assim que começar a campanha de vacinação, e muitos deles culpam o governo.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que uma nova cepa que surgiu no Reino Unido pode ser mais mortal e contagiosa do que a que apareceu em Wuhan há um ano.

"Além de se espalhar mais rapidamente, agora também parece haver alguma evidência de que a nova variante pode estar associada a um maior grau de mortalidade", informou Johnson em coletiva de imprensa.

A Grã-Bretanha relatou mortes recorde por covid-19 (95.981 na sexta-feira), o maior total na Europa, após um aumento nos casos e hospitalizações desde que a variante foi identificada pela primeira vez em setembro.

Nos Estados Unidos, Biden disse que o vírus está ganhando força. "Estamos com 400 mil mortos, mas a expectativa é de ultrapassar os 600 mil", alertou.

A covid-19 já matou mais de 2,1 milhões de pessoas no mundo e infectou mais de 10 milhões, causando enormes danos à economia. Na América Latina, por exemplo, as exportações caíram aos níveis da crise financeira global de 2008.

- "Profunda insatisfação" -

A AstraZeneca disse à AFP que o "desempenho inferior" em uma de suas fábricas de vacinas está afetando as entregas na Europa.

Embora os ministros da saúde da Alemanha e da França tentassem tranquilizar o público sobre um fornecimento estável, outros países estavam menos dispostos a aceitar atrasos no cronograma.

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, chamou os atrasos de "inaceitáveis" e disse que seu governo considera iniciar uma ação judicial contra a AstraZeneca.

As entregas de doses da vacina pela Pfizer aos países do Velho Continente já estão atrasadas. A empresa americana tenta aumentar a capacidade de uma de suas fábricas, localizada na Bélgica.

Em uma reunião com representantes da AstraZeneca, a Comissão da UE "insistiu em um cronograma de entrega preciso com base no qual os Estados membros deveriam planejar seus programas de vacinação", tuitou a comissária de saúde Stella Kyriakides.

Espera-se que as autoridades da UE deem luz verde a esta vacina, já autorizada na Grã-Bretanha, no final de janeiro.

Um estudo realizado no Canadá mostrou que um anti-inflamatório denominado colchicina é eficaz no tratamento da covid-19 e reduz o risco de complicações.

O medicamento é usado para tratar a gota e pode se tornar "a primeira droga oral do mundo que poderia ser usada para tratar pacientes não hospitalizados com covid-19", disse o Montreal Heart Institute (MHI).

- Endurecimento das medidas -

Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) garantiu que as máscaras continuam sendo eficazes para impedir a disseminação de novas variantes do vírus que surgiram na Grã-Bretanha, África do Sul e Brasil.

No entanto, a capital norueguesa, Oslo, ordenou o fechamento de lojas não essenciais e restringiu a mobilidade da população depois que a variante britânica foi encontrada em uma casa de repouso.

A Holanda colocou em prática seu primeiro toque de recolher desde a Segunda Guerra Mundial, que irá das 21h00 às 04h30.

E uma fonte do governo francês disse à AFP que um novo confinamento parecia cada vez mais provável devido à disseminação da variante britânica.

Na Colômbia, os moradores da capital, Bogotá, cumpriam seu terceiro fim de semana consecutivo de quarentena, com o fechamento de todos os negócios de sexta-feira às 20h00 até segunda-feira às 16h00.

O estado do Amazonas, por sua vez, anunciou que só permitirá a circulação de pessoas e o funcionamento do comércio para atividades essenciais.

No México, onde os hospitais estão lotados e mais de 146.000 pessoas morreram, os cidadãos fazem fila por horas para comprar oxigênio devido ao crescente número de pessoas que lutam contra o coronavírus em casa.

No Uruguai, país que apresenta forte crescimento no número de casos desde novembro, o governo anunciou um acordo com a americana Pfizer e a chinesa Sinovac para começar a vacinar sua população a partir do final de fevereiro ou início de março.

- Origem duvidosa -

Em Wuhan, uma equipe de especialistas da OMS permanece em quarentena em um hotel antes de iniciar uma missão para investigar a origem do vírus.

"Todas as hipóteses estão sobre a mesa", afirmou o diretor de emergência da OMS, Michael Ryan, em entrevista coletiva em Genebra.

"É muito cedo para se chegar a uma conclusão sobre onde exatamente esse vírus começou, seja dentro ou fora da China."

Mas houve boas notícias para as nações mais pobres na sexta-feira, quando a OMS e a gigante farmacêutica Pfizer anunciaram um acordo para disponibilizar até 40 milhões de primeiras doses da vacina Pfizer-BioNTech por meio do mecanismo global Covax.

Um acordo separado, negociado por agências internacionais que trabalham com a OMS, fornecerá aos países em desenvolvimento dezenas de milhões de testes rápidos de antígenos pela metade do preço normal de 5 dólares.

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