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Estado de Minas WASHINGTON

Joe Biden se apoia na fé católica para tentar unir os EUA


22/01/2021 11:24

Católico praticante, Joe Biden não hesita em mencionar sua fé para justificar seu desejo de "curar" um país profundamente dividido, mas suas convicções religiosas podem não ser suficientes para conseguir a união sagrada em torno do presidente dos Estados Unidos.

Segundo presidente católico da história do país, depois de John F. Kennedy, Biden já demonstra sua fé no pulso, onde carrega o rosário que seu filho Beau usava no dia de sua morte, em consequência de um tumor cerebral em 2015.

Na quinta-feira, o novo presidente iniciou seu primeiro dia na Casa Branca participando de um evento religioso virtual.

Biden raramente falta à missa de domingo em uma pequena igreja, quando está em sua cidade-natal de Wilmington, em Delaware. Orgulhoso de suas raízes irlandesas, ele afirma que sua fé está ancorada na tradição da classe trabalhadora, que defende a humildade e a verdade.

Durante a campanha, Biden evocava a religião com frequência, prometendo travar uma "batalha pela alma" dos Estados Unidos após os anos de Trump.

Na quarta-feira, prestou juramento com uma mão sobre a Bíblia encadernada em couro que sua família possui há 128 anos.

Depois, em seu discurso de posse, citou Santo Agostinho e pediu que os americanos não se considerem mutuamente "como inimigos, mas como vizinhos".

"Hoje, neste dia de janeiro, toda a minha alma está dedicada a isso: voltar a unir os Estados Unidos", afirmou. Também fez um momento de oração silenciosa em memória das mais de 400.000 mortes de covid-19 nos Estados Unidos.

Antes de sua posse, naquela mesma manhã, ele compareceu a uma missa na companhia de responsáveis republicanos e democratas do Congresso, como símbolo de pacificação.

"Sua fé motiva sua atenção aos pobres, aos imigrantes e aqueles que a sociedade ignora", explica à AFP Martyn Oliver, especialista em religiões da American University. "Muitos americanos que não votaram nele também vão se beneficiar" das reformas, acrescenta.

- 'Boas intenções' -

No entanto, os evangelistas protestantes brancos, que votaram massivamente por Donald Trump, "devem continuar se opondo ao governo de Biden, talvez em parte porque ele é católico", destaca Oliver.

"Existe uma possibilidade real de moderação e de compromisso, mas o nível atual de amargura partidária poderia dificultar bastante esse caminho", estima Stephen White, especialista do Centro de Ética e Política Pública, um grupo de reflexão cristão conservador.

"As boas intenções nunca serão suficientes", acrescenta, em um texto publicado na quinta-feira.

Com uma maioria frágil no Congresso, o presidente democrata de 78 anos terá que se unir além de seu partido e convencer os religiosos mais conservadores, enquanto algumas de suas reformas também não satisfazem seus correligionários católicos.


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