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Estado de Minas WASHINGTON

Mercado de trabalho ilustra os difíceis desafios econômicos de Biden


21/01/2021 18:23 - atualizado 21/01/2021 18:26

Os desafios econômicos enfrentados pelo novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se apresentaram mais uma vez nesta quinta-feira(21) com o número de pessoas que solicitaram o seguro-desemprego, um termômetro dos danos causados pela pandemia na maior economia do mundo.

Os pedidos semanais pelo benefício caíram nos Estados Unidos na semana passada em relação à anterior, mas permanecem em níveis excepcionalmente altos, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho um dia após a posse de Biden.

Entre 10 e 16 de janeiro, 900.000 pessoas se inscreveram para esses subsídios, em comparação com 926.000 na semana anterior, um número que foi revisado para baixo.

Os analistas esperavam uma queda maior, para 845.000 registros. Esses números são maiores do que os mesmos períodos entre 2008 e 2010, durante a crise das hipotecas, quando Biden era vice-presidente de Barack Obama.

Na primeira semana do ano houve um aumento nas inscrições para esses subsídios, principalmente porque o direito dos trabalhadores de solicitá-los foi prorrogado, o que permitiu a muitas pessoas cujos benefícios expiraram, se inscreverem novamente.

Naquela mesma semana, pouco mais de cinco milhões de pessoas receberam esses subsídios, 127 mil a menos que na semana anterior, mas no total são 16 milhões de trabalhadores que recebem seguro-desemprego, número que pode aumentar.

O governo também relatou 423.734 novos registros no programa de Assistência ao Desemprego Pandêmico, que beneficia trabalhadores autônomos que geralmente não podem receber seguro-desemprego.

Os dados mostram uma duplicação em relação à semana anterior considerada, após uma breve interrupção do programa devido a desentendimentos políticos em Washington.

"As dispensas estão progredindo em um ritmo rápido, refletindo o impacto das medidas de contenção" da pandemia do coronavírus, explicou Rubeela Farooqi da High Frequency Economics em uma análise.

"As condições não devem melhorar até que as infecções possam ser controladas e a economia possa reabrir", concluiu.

- Emprego: desafio imediato -

Os pedidos de seguro-desemprego dispararam nos Estados Unidos depois que estados e cidades restringiram a abertura de empresas em todo o país devido à covid em março.

Desde então, o mercado de trabalho melhorou e a taxa de desemprego passou de 14,7% em abril para 6,7% atuais. Biden propôs antes de assumir o cargo na quarta-feira, um plano de estímulo econômico de 1,9 trilhão de dólares que também inclui a ampliação da campanha de vacinação contra o coronavírus.

Esta iniciativa busca dar ar aos desempregados, prolongando seus direitos a subsídios até 30 de setembro e mais se for necessário, e aumentando suas indenizações a 400 dólares por semana.

Nesta quinta, o Comitê Econômico Nacional (NEC, na sigla em inglês), da Casa Branca, destacou que as cifras de inscrições ao seguro desemprego são "um novo e brutal lembrete da necessidade de agir agora".

"É essencial que o Congresso se pronuncie rapidamente sobre a proposta do presidente e aporte um apoio às famílias que precisem dele", declarou o NEC.

Os analistas advertem que as cifras de desempregados poderiam seguir altas.

"Os estímulos fiscais, assim como uma ampla aplicação da vacina, sugerem um bom futuro para o mercado de trabalho, mas com a pandemia ainda avançando, os pedidos (de subsídios trabalhistas) devem continuar altos no médio prazo", disse Lydia Boussour da Oxford Economics.

Com os democratas de Biden controlando as duas casas do Congresso, resta saber quanto apoio seu plano terá entre os republicanos, geralmente mais avessos a intervenções estatais massivas na economia.

Michael Feroli, do JP Morgan, prevê que o Congresso poderá levar o plano do presidente para uma faixa de US $ 900 bilhões, semelhante ao último plano de estímulo aprovado no final de dezembro e que já começou a ser distribuído em forma de ajuda direta em dinheiro para famílias e empresas.

Mesmo este valor inferior ao proposto por Biden poderia impulsionar o PIB neste ano de 2021 para um crescimento de 5,3% e 2,6% em 2022, estima Feroli, em um contexto de inflação muito baixa e juros que se manterão praticamente em zero.


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