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Estado de Minas WASHINGTON

Blinken chama Maduro de 'ditador brutal' e apoia autoridade de Guaidó


19/01/2021 23:06 - atualizado 20/01/2021 00:07

Antony Bilken, indicado pelo presidente eleito Joe Biden para chefiar a diplomacia dos Estados Unidos, apoiou nesta terça-feira (19), com algumas ressalvas, a política em relação à Venezuela do presidente em fim de mandato Donald Trump, que em seu último dia de mandato impôs novas sanções contra Caracas.

Blinken chamou o presidente venezuelano Nicolás Maduro de "ditador brutal" e disse que apoiava a continuidade do reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino, bem como a Assembleia Nacional eleita em 2015 como a única instituição democraticamente eleita no país, um anúncio comemorado pela equipe do líder da oposição venezuelana.

Durante a audiência de confirmação da nomeação na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Blinken se disse "muito de acordo" com o senador republicano da Flórida Marco Rubio, considerado um dos arquitetos da política do governo Trump para a Venezuela.

O novo secretário de Estado afirmou concordar com "aumentar a pressão sobre o regime liderado por um ditador brutal, Maduro, bem como tentar trabalhar com alguns de nossos aliados e parceiros".

"A parte difícil é que, apesar de todos esses esforços, que apoio, obviamente não conseguimos os resultados de que precisamos", disse Blinken.

O governo Trump aumentou as sanções econômicas e a pressão diplomática contra Caracas em janeiro de 2019, quando Maduro assumiu um segundo mandato após eleições consideradas fraudulentas por grande parte da comunidade internacional.

Mas apesar da forte campanha de Washington para expulsar Maduro, o herdeiro de Hugo Chavez permaneceu no poder com o apoio dos militares, assim como da Rússia, China, Cuba e recentemente do Irã.

Blinken afirmou que, assim que assumir o cargo, pretende definir com Rubio e outros senadores os próximos passos a tomar em relação a Caracas.

"Precisamos de uma política efetiva que possa restaurar a democracia na Venezuela, começando por eleições livres e justas", declarou.

Blinken também propôs uma maior coordenação com países de "ideais semelhantes", mais assistência internacional para paliar a crise humanitária, e um enfoque "mais efetivo" nas sanções, "para que os facilitadores do regime realmente sintam a dor".

A Venezuela, que já foi uma potência do petróleo, vive um desastre econômico que se agravou desde que Maduro chegou ao poder em 2013, situação que levou à fuga de mais de 5,4 milhões de pessoas do país, segundo a ONU.

- Últimas sanções de Trump -

O governo de Trump desferiu um último golpe na Venezuela de Maduro ao sancionar três indivíduos, 14 entidades e seis embarcações acusadas de vínculos com "uma rede" destinada a driblar o embargo americano ao petróleo venezuelano.

O "regime ilegítimo" de Maduro "segue usando a (empresa estatal) Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) como seu principal canal de corrupção para explorar e lucrar com os recursos naturais venezuelanos", acusou o Tesouro.

As novas sanções, que supõe proibições de acesso ao sistema financeiro americano e bloqueio de eventuais ativos, ampliam as punições impostas em junho de 2020 a pessoas e empresas no México.

"A medida de hoje é dirigida contra orquestradores e facilitadores adicionais com vínculos com a rede do México que conspirou com o ministro do Petróleo de Maduro, Tareck El Aissami, e o (empresário colombiano) acusado de lavagem de dinheiro Alex Saab, para negociar a venda de centenas de milhões de dólares de petróleo venezuelano", continuou o Tesouro.

Entre os principais sancionados estão o italiano Alessandro Bazzoni, o hispano-venezuelano Francisco D'Agostino, o suíço Philipp Paul Vartan Apikian, e as empresas Element Ltd, com sede em Malta, e Swissoil Trading SA, com sede na Suíça.

Navios e companhias de navegação na Ucrânia, Rússia e Venezuela, que recentemente transportaram petróleo venezuelano, também foram incluídos na lista negra do Tesouro.

De Caracas, o ministro das Relações Exteriores de Maduro, Jorge Arreaza, denunciou perante a comunidade internacional "uma nova agressão desesperada contra o povo venezuelano pelo governo em fim de mandato e agonizante de Donald Trump".

- "Condenação bipartidária" -

O atual secretário de Estado, Mike Pompeo, disse que essas medidas buscam "limitar ainda mais as opções do regime ilegítimo de Maduro de vender petróleo".

"Continuaremos usando todo o peso do poder econômico e diplomático dos Estados Unidos para promover a transição pacífica para uma Venezuela novamente livre, próspera e estável", declarou.

A porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, disse que Pompeo conversou com Guaidó na segunda-feira, transmitindo "o apoio inabalável dos Estados Unidos à sua liderança".

Carlos Vecchio, representante diplomático de Guaidó em Washington, destacou a "condenação bipartidária da ditadura de Maduro" que existe nos Estados Unidos.

"Agradecemos a posição forte do próximo secretário de Estado", tuitou Vecchio após a audiência de Blinken.

Vecchio também elogiou o democrata Bob Menendez, novo presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, por apontar as "sérias implicações" que a crise venezuelana tem para a segurança nacional dos Estados Unidos.

Ele também lembrou o compromisso de Biden de conceder aos venezuelanos nos Estados Unidos o chamado TPS, uma proteção humanitária que lhes permitirá residir temporariamente no país sem risco de serem deportados. De acordo com as estimativas oficiais de 2019, cerca de 200.000 pessoas seriam beneficiadas pela medida.


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