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Estado de Minas ROMA

Primeiro-ministro da Itália tenta salvar seu governo no Parlamento


18/01/2021 12:48

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, tenta esta semana impedir a queda de seu governo com o pedido feito nesta segunda-feira (18) à Câmara dos Deputados pelo apoio das forças pró-Europa, para evitar a chegada ao poder da extrema direita soberanista.

Em plena pandemia de coronavírus, em meio a um terceiro surto que levou o governo a implementar novas restrições, Conte defendeu seu governo e pediu o apoio das forças "europeístas", "socialistas", "liberais" e "contrárias a todo nacionalismo e soberanismo".

Líder desde setembro de 2019 de uma coalizão entre o Movimento 5 Estrelas (M5E, antissistema) e o Partido Democrático (PD, centro-esquerda) e outros partidos menores, ele perdeu o apoio na semana passada do pequeno, mas crucial, partido Itália Viva, do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, o que gerou uma crise de governo.

"A porta está fechada para os que desencadearam esta crise", alertou Conte, que confessou que considera a crise um "gesto irresponsável", que gera desconfiança entre os cidadãos em um momento tão difícil devido à pandemia.

Conte, que possui uma tranquila maioria na Câmara dos Deputados, onde os votos dos 30 deputados de Renzi não são indispensáveis, recebeu aplausos, mas também protestos por parte da oposição de direita.

"Apresento-se com a cabeça erguida", disse, ao garantir aos deputados que seu governo "demonstrou ser responsável, trabalhando com muito esforço para alcançar convergências, mesmo nos momentos mais difíceis".

"Se tomamos as decisões mais justas? As pessoas dirão. De minha parte, tenho trabalhado com o máximo escrúpulo e estando ciente do imenso [desafio]", acrescentou Conte, que foi interrompido várias vezes.

O primeiro-ministro, um advogado sem experiência política que ganhou muita popularidade com a gestão da pandemia, tem que buscar agora o apoio de novos senadores.

- A hora da verdade -

A hora da verdade será na terça-feira, quando acontecer o voto de confiança no Senado depois de ter perdido o apoio dos 18 senadores do Itália Viva, necessários para contar com a maioria absoluta de 161 senadores.

"Estamos trabalhando para frustrar a tentativa de derrubar o governo. Estamos convencidos de que conseguiremos", estimou Andrea Orlando, líder do PD.

O resultado da votação no Senado e suas consequências são totalmente incertos, enquanto a crise do governo mergulhou o país na perplexidade e na indignação.

Renzi, por sua vez, não perde a oportunidade. Na televisão, no rádio e nas redes sociais, inclusive durante o discurso no Parlamento, ele critica duramente o governo e especialmente Conte, próximo ao M5E, partido com o qual o ex-primeiro-ministro tem discrepâncias irreconciliáveis.

"Eu estou do lado da Itália, sou um patriota", afirmou Renzi no domingo, cuja popularidade, que já é baixa, caiu significativamente.

No entanto, caso Conte e seus aliados não obtenham uma sólida maioria no Senado, o primeiro-ministro poderia optar pela renúncia, o que abre vários cenários.

A Itália também enfrenta uma série de desafios importantes, deve presidir este ano o G20 e decidir nos próximos meses o destino dos mais de 209 bilhões de euros que receberá da União Europeia, o 'novo plano Marshall' para a reconstrução após a pandemia.


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