"O presidente Mahmud Abbas publicou um decreto presidencial nesta sexta-feira de eleições gerais", informou um comunicado da agência oficial Wafa.
Uma terceira votação para eleger o Conselho Nacional Palestino será realizada em 31 de agosto.
As últimas eleições presidenciais palestinas ocorreram em janeiro de 2005 e as últimas legislativas em janeiro de 2006.
O anúncio ocorre após um encontro entre Abbas e o presidente da comissão eleitoral, Hanna Naser, no palácio presidencial de Ramallah, informou o comunicado.
Abbas pediu à comissão e aos órgãos governamentais "que abram uma campanha eleitoral democrática em todas as províncias do país, incluindo Jerusalém", disse a fonte.
Israel, que anexou Jerusalém Oriental após ocupá-la em 1967, mantém um amplo sistema de segurança na cidade.
O movimento islamita Hamas, adversário do Fatah laico de Abbas, e no poder da Faixa de Gaza, comemorou o anúncio e considerou que "o povo palestino tem o direito absoluto de escolher seus próprios dirigentes e representantes".
Em setembro de 2020, o Fatah e o Hamas acordaram a organização de eleições "antes de seis meses", no âmbito de um diálogo entre facções palestinas para unir forças a fim de fazer frente à normalização das relações entre Israel e os países árabes.
Ainda não está claro se Israel autorizará os moradores da Jerusalém oriental ocupada e anexada a votar.
Abbas, de 85 anos, que tinha prometido a realização de eleições várias vezes, não informou se será candidato.
- Confrontos -
Em 2005, após o fim da segunda intifada (levante palestino) e à morte do líder histórico Yasser Arafat, Abbas havia vencido a eleição presidencial.
Um ano depois, seus adversários do Hamas venceram as eleições legislativas.
O Fatah de Abbas e os islamitas do Hamas de Ismail Haniyeh se enfrentaram em seguida nas ruas de Gaza. O Hamas assumiu, inclusive, o controle do enclave em 2007, enquanto o Fatah se impôs na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967.
Até o mês de setembro, os dois movimentos tiveram duros enfrentamentos.
Dois milhões de palestinos moram na Faixa de Gaza, um enclave empobrecido pelo bloqueio israelense.
Na Cisjordânia, onde governa a Autoridade Palestina de Abbas, mais de 2,8 milhões de palestinos vivem junto de mais de 450.000 colonos israelenses.
Várias eleições municipais foram organizadas, mas só na Cisjordânia e sem a participação de certas facções como o Hamas.
RAMALLAH