Jornal Estado de Minas

NOVA DÉLHI

Índia aprova duas vacinas de emergência contra a covid-19

A Índia, segundo país mais afetado pelo coronavírus no mundo, autorizou o uso "emergencial" das vacinas desenvolvidas pela aliança britânica da Universidade de Oxford e AstraZeneca e da empresa indiana Bharat Biotech.



O primeiro-ministro Narendra Modi afirmou no Twitter que essas aprovações são "um ponto de virada decisivo para fortalecer uma luta enérgica" que "acelera o caminho para uma nação mais saudável e livre de covid-19".

A Índia já registrou mais de 10,3 milhões de casos e quase 150.000 mortes. No entanto, sua taxa de infecção caiu significativamente desde o pico em meados de setembro, quando havia mais de 90.000 casos diários no país de 1,3 bilhão de habitantes.

O governo já realizou simulações em todo o país e 96.000 profissionais de saúde foram treinados para administrar as vacinas.

"As vacinas são 100% seguras", disse o chefe da Agência Indiana de Medicamentos, V.G. Somaniele, acrescentando que efeitos colaterais como "febre baixa, dor e alergia são comuns a todas as vacinas".

O Serum Institute of India, maior fabricante mundial de vacinas, disse que está produzindo entre 50 e 60 milhões de doses por mês da vacina AstraZeneca / Oxford.

A Organização Mundial da Saúde celebrou a notícia.

"O uso de vacinas em populações priorizadas, junto com a implementação contínua de outras medidas de saúde pública e a participação da comunidade serão importantes para reduzir o impacto da covid-19", disse o diretor regional da OMS, Poonam Khetrapal Singh, em nota.



- Ceticismo sobre as vacinas -

Como em outros países, as aprovações na Índia surgiram em meio a preocupações com a segurança da vacina.

Uma pesquisa recente com 18.000 pessoas em todo o país revelou que 69% não tinham pressa em se vacinar. "No começo eu estava entusiasmado com a vacina, mas não estou mais porque não confio nela. Eles não vão me vacinar", disse o bancário Vijaya Das, de 58 anos, à AFP.

"Nenhuma vacina é 100% eficaz, então qual é a garantia de que não pegarei o coronavírus depois de tomá-la?", questionou o gerente de vendas Suman Saurabh, de 48 anos.

Anand Krishnan, professor de medicina comunitária do Instituto Indiano de Ciências Médicas em Nova Deli, disse que as autoridades deveriam divulgar mais dados sobre os testes de vacinas.

"Eles têm que compartilhar os resultados do ensaio e deixar os cientistas chegarem às suas próprias conclusões e, dessa forma, as dúvidas sobre a vacina seriam muito menores", disse Krishnan à AFP.

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