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Estado de Minas BAGDÁ

Iraque teme enfrentamento entre Irã e EUA em seu território


01/01/2021 12:34

Um ano depois do assassinato no Iraque do general iraniano Qassem Soleimani e do iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis, por ordem de Washington, os iraquianos temem um novo enfrentamento iraniano-americano em seu país, mais polarizado do que nunca.

Com esta operação, em 3 de janeiro de 2020, em Bagdá, o Iraque perdeu o homem que mantinha sob controle as facções pró-iranianas no país e que facilitou a chegada de um primeiro-ministro mais pró-americano, Mustafa al-Kazimi. Essa mudança exacerbou as tensões.

O país, que vive sua pior crise econômica, devido à queda do preço do petróleo, divide-se entre um primeiro-ministro sem base popular, ou parlamentar, e novos pequenos grupos pró-Irã, que não respondem a ninguém em Bagdá e que acusam Al-Kazimi, também chefe da Inteligência estrangeira, cumplicidade nesses assassinatos.

"Em caso de escalada (...) há grandes possibilidades de que o governo caia. Os pequenos grupos (pró-Irã) têm aliados políticos que podem derrubá-lo", disse à AFP Sajad Jiyad, do "think tank" Century Foundation.

- Diálogo e ameaças -

Sem a força política e militar necessária para ganhar um confronto direto com os grupos armados pró-iranianos, o governo busca o apoio de seu vizinho.

Abu Jihad al-Hachemi, principal enviado do gabinete do primeiro-ministro iraquiano em Teerã, reuniu-se com líderes iranianos para, de acordo com Jiyad, tentar convencer o Irã a controlar seus aliados no Iraque e impedir ataques a diplomatas e soldados americanos.

A trégua das milícias pró-iranianas anunciada no outono passado (primavera no Brasil) logo se tornou letra morta. Os ataques - mais de 100 em um ano - contra os interesses americanos recomeçaram.

Drones sobrevoam regularmente a embaixada americana e a base militar adjacente da coalizão contra o grupo do Estado Islâmico, disse um militar dos EUA à AFP.

A resposta americana é a mesma de um ano atrás. Referindo-se às "especulações sobre novos ataques contra americanos no Iraque", Trump advertiu: "Se um americano for morto, responsabilizarei o Irã".

O drone que matou Soleimani e Muhandis foi consequência da morte de americanos e do cerco, por partidários do Irã, da embaixada dos Estados Unidos em Bagdá.

Depois, diplomatas americanos "não essenciais" deixaram o país, assim como mais de um terço dos soldados americanos.

"Para evitar retaliação, os Estados Unidos devem evacuar seus cidadãos antes de atacar", explica um diplomata ocidental.

Isso apenas aumenta os temores de Bagdá de que, antes da transferência de poder entre Trump e o presidente eleito Joe Biden em 20 de janeiro, os Estados Unidos possam atacar novamente.


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