"É apenas um sinal de alerta", advertiu Michael Ryan, diretor de Emergências da OMS, na última entrevista coletiva do ano da qual participou a agência da ONU. "Esta pandemia foi muito dura. Circulou por todo o mundo de forma muito rápida e afetou cada canto do planeta, mas não foi, necessariamente, a pior", assinalou Ryan, que, ao longo de sua carreira, já teve que lidar com doenças ainda mais letais.
"O coronavírus é muito facilmente transmissível e mata, mas seus níveis de letalidade são relativamente baixos em relação a outras doenças emergentes, o que deve fazer com que nos preparemos, no futuro, para algo que seja ainda pior", declarou.
O conselheiro da OMS Bruce Aylward sustentou a mesma tese ao afirmar que, apesar dos progressos científicos na luta contra a Covid-19, com a criação de vacinas em tempo recorde, a humanidade está muito pouco preparada ante a ameaça de futuras pandemias. "Estamos na segunda e terceira ondas do vírus e ainda não somos capazes de controlá-lo", lamentou, durante a coletiva. "Embora estejamos mais bem preparados, ainda não estamos o suficiente para a pandemia atual, e ainda menos para as futuras."
GENEBRA