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Estado de Minas WASHINGTON

Trump volta a desafiar Congresso com veto a orçamento da Defesa


23/12/2020 20:13 - atualizado 23/12/2020 20:55

O presidente americano, Donald Trump, vetou nesta quarta-feira o orçamento da Defesa dos Estados Unidos aprovado pelo Congresso, confirmando sua intenção de questionar todas as normas políticas e colocar contra a parede até mesmo o campo republicano.

O orçamento da Defesa, de 740,5 bilhões de dólares para 2021, foi aprovado pela grande maioria dos congressistas, o que deveria permitir anular a decisão do presidente mediante uma votação qualificada. A quatro semanas da posse do democrata Joe Biden, isso significaria uma mancha a mais nos quatro anos de mandato do magnata republicano.

"Infelizmente, esse projeto de lei não inclui medidas cruciais para a segurança nacional" e "vai de encontro aos esforços de meu governo para colocar os Estados Unidos em primeiro lugar em segurança nacional e política externa", disse Trump em sua mensagem oficial ao Congresso, chamando o projeto de um "presente para a China e a Rússia".

O projeto, devolvido hoje para ambas as câmaras, prevê um aumento de 3% nos salários dos funcionários da Defesa. Trump havia ameaçado vetar o texto porque o mesmo não dispõe uma anulação da lei chamada "artigo 230", que protege o estatuto jurídico das redes sociais, que o presidente acusa de fazerem complô contra ele.

- 'Absolutamente vital' -

"O artigo 230 facilita a propagação da desinformação estrangeira na internet, o que constitui uma ameaça grave à segurança nacional e à integridade das nossas eleições", lamentou Trump, em mensagem aos parlamentares. Ele também critica o fato de que a lei de financiamento do Pentágono planeja mudar o nome das bases militares em homenagem aos generais confederados, defensores da escravidão: "A partir dessas bases, vencemos duas guerras mundiais", assinalou, denunciando a vontade dos congressistas de "varrer a História".

Trump também rejeita disposições que "vão de encontro" a seus "esforços para trazer as tropas de volta para casa desde Afeganistão, Alemanha e Coreia do Sul. Por todos esses motivos, não posso apoiar esse texto, que coloca os interesses do establishment de Washington acima dos do povo americano."

Opositores denunciaram o gesto do presidente contra o orçamento da Defesa, tradicionalmente aprovado em um consenso que transcende os partidos políticos. "Donald Trump acaba de vetar um aumento para o nosso Exército, para defender os traidores confederados falecidos", lamentou o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer. "Os democratas votarão para anular esse veto", tuitou.

A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, democrata, criticou o chefe de Estado por "esse ato irresponsável, que prejudica nossas tropas e coloca nossa segurança em risco".

O veto de Trump também afeta seu próprio campo, republicano. Jim Inhofe, que preside o Comitê de Defesa do Senado, destacou o histórico do presidente em favor dos militares, mas reafirmou seu apoio ao texto, que considerou "absolutamente vital para a segurança nacional e as tropas".

O projeto de lei está separado do texto do orçamento que inclui o plano de apoio à economia americana, que Trump ameaçou vetar a fim de conseguir uma verba maior para as famílias, colocando os congressistas americanos sob forte pressão.


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