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Estado de Minas

UE supera diferenças internas para aplicar sanções à Turquia


11/12/2020 12:49

A exaustiva cimeira europeia que terminou nesta sexta-feira (11), em Bruxelas, conseguiu superar as diferenças e abrir caminho para sanções contra a Turquia, embora o governo de Ancara, em um visível aumento das tensões, tenha considerado a decisão "tendenciosa e ilegítima".

Os 27 países da União Europeia (UE) condenaram voltaram a condenar as ações "ilegais e agressivas" da Turquia no Mediterrâneo oriental e instruíram o alto representante (chefe da diplomacia) a iniciar os preparativos para aplicar sanções a cidadãos turcos.

"Decidimos sanções individuais" contra pessoas envolvidas em atividades de prospecção de hidrocarbonetos nas águas territoriais do Chipre, e "elas serão implementadas nas próximas semanas", disse o presidente francês, Emmanuel Macron.

Ele destacou que a UE mostrou "sua capacidade de exibir firmeza".

Vários países, incluindo Alemanha, Itália e Espanha, estão adotando uma linha mais cautelosa quanto à aplicação de sanções, disseram fontes diplomáticas. Já a Grécia pressionou a UE, durante meses, por um embargo de armas à Turquia.

Para a chefe do governo alemão, Angela Merkel, "o compromisso alcançado é equilibrado".

"Esperamos que a mensagem [para a Turquia] chegue a seu destino", acrescentou a chanceler.

Assim, o acordo dos líderes europeus se sobrepôs às divergências para manter a unidade do bloco e, ao mesmo tempo, fazer uma clara advertência à Turquia, aliada da Otan e eterna candidata a ingressar na UE.

Em Ancara, a posição da UE foi recebida com previsível amargura e aspereza.

"Rejeitamos essa atitude tendenciosa e ilegítima que figura nas conclusões da cúpula da UE", declarou o Ministério turco das Relações Exteriores em um comunicado.

Na quarta-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já havia dito que possíveis sanções europeias não eram motivo de "grande preocupação" para seu país.

- "Demos uma chance" -

Em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, disse nesta sexta-feira que o debate "foi difícil, mas a situação exigia ação".

Desde novembro do ano passado, a UE já tinha uma lista que punia dois funcionários da Turkish Petroleum Corporation pelas atividades de prospecção em águas, cuja soberania é reivindicada pelo Chipre.

Agora, os países do bloco deram um mandato ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, para que "informe, no mais tardar até março de 2021, sobre a evolução da situação" e, então, proponha, se for necessário, estender as sanções a novos nomes, ou negócios.

"Demos uma chance à Turquia" em outubro, mas "percebemos que continuou com suas ações de provocação", disse Macron.

As tensões se multiplicaram com a Turquia para além de suas atividades marítimas no Mediterrâneo oriental, já que o país também participa militarmente de conflitos na Líbia, Síria e Nagorno Karabakh.

Mas a Turquia é um membro fundamental da Otan, onde - de acordo com diplomatas - conta com apoios importantes.

Poucas horas antes do início da cúpula em Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, insistiu na quinta-feira no "papel-chave" que a Turquia desempenha na aliança militar.

Para diplomatas europeus, a tendência é adotar uma abordagem gradual até que o presidente recém-eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, tome posse em Washington para coordenar uma posição comum na Otan.


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