Jornal Estado de Minas

Américas têm maior nível de novos casos de covid-19 desde início da pandemia

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou, nesta quarta-feira (9), que as Américas registraram, nas últimas semanas, os níveis mais altos de novos casos de covid-19 desde o início da pandemia. Também alertou que a situação no norte do continente é "preocupante".





"Apesar de estarmos vivendo com este vírus há meses, nas últimas semanas, nossa região tem experimentado os níveis mais altos de novos casos de covid-19 desde o início da pandemia", declarou a diretora-geral da OPAS, Carissa Etienne, em entrevista coletiva.

O escritório regional da OMS contabilizou, desde o começo da pandemia, quase 28,5 milhões de casos e 753 mil mortes por coronavírus nas Américas.

Etienne apontou que "o aumento contínuo das infecções na América do Norte é particularmente preocupante", considerando a aproximação do inverno boreal.

"Ao buscar abrigo do frio, as pessoas podem ser tentadas a se reunir em ambientes mal ventilados, que são as condições perfeitas para o vírus se espalhar", advertiu.

Etienne observou ainda que, nos Estados Unidos, país com mais mortes por covid-19 em todo o mundo (286.338), os casos diários chegam a 200 mil e atualmente há 100 mil pessoas hospitalizadas.





"O México também está experimentando um ressurgimento dos casos no estado da Baixa Califórnia, perto da fronteira com os Estados Unidos", completou a diretora desse órgão regional.

Enquanto isso, no Canadá, a OPAS alertou que as infecções continuam aumentando e que algumas províncias registraram um número recorde de mortes.

A especialista indicou que embora a região continue apresentando um "mosaico" de tendências diferentes, a situação em alguns países sul-americanos também é "preocupante".

"Hoje o Brasil registra a maior incidência de novos casos na América do Sul. Com um aumento de casos e óbitos", disse Etienne, que alertou que o sistema de saúde está "sob pressão".

- "Não haverá doses para proteger a todos" -

Etienne destacou que esses números e tendências deixam claro que a região deve redobrar suas medidas preventivas, principalmente com a chegada das festas de fim de ano. "Agora não é o momento de relaxar", frisou.

A médica pediu às autoridades de saúde das Américas que emitissem "diretrizes claras" para ajudar as comunidades a se protegerem e fizessem esforços coordenados para aumentar a capacidade hospitalar nas áreas mais afetadas.

"Quando os hospitais não puderem receber todos os doentes, muitos morrerão à espera de tratamento", declarou.

Num momento de esperança diante da chegada das vacinas contra a covid-19, que já deixou pelo menos 1.557.814 mortos no mundo, Etienne advertiu que inicialmente "não haverá dose para proteger a todos", sendo o objetivo alcançar os mais vulneráveis primeiro.





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