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Estado de Minas

Negociações pós-Brexit sofrem pausa e os líderes discutirão uma saída


04/12/2020 18:07

União Europeia (UE) e Reino Unido concordaram nesta sexta-feira(4) em interromper as negociações para um acordo sobre a relação pós-Brexit, após "divergências significativas", e passaram a tarefa para o primeiro-ministro Boris Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Os dois principais negociadores, Michel Barnier da França e David Frost da Grã-Bretanha, estão em uma corrida desesperada contra o relógio nesta semana para encontrar uma maneira de chegar a um acordo, embora a pausa anunciada sugira o fracasso desse esforço.

"Depois de uma semana de intensas negociações em Londres, os dois negociadores-chefes concordaram hoje [sexta-feira] que as condições para um acordo não são atendidas, devido a diferenças significativas", diz o comunicado divulgado por Barnier e Frost.

"Com base nisso, eles concordaram em pausar as negociações para informar seus superiores sobre o andamento das negociações", disseram.

Os dois negociadores anunciaram que Von der Leyen e Johnson manterão contato "na tarde de sábado para discutir esta situação", em um telefonema que poderá selar o destino das negociações.

O caminho para um acordo continua a ser bloqueado por diferenças em termos de direitos de pesca, concorrência e auxílios estatais, e a gestão jurídica do eventual acordo, especialmente o mecanismo de resolução de litígios.

O Reino Unido deixará definitivamente o mercado único europeu em 1º de janeiro de 2021 e, portanto, as partes buscam chegar a um entendimento antes de 31 de dezembro, uma vez que o eventual acordo ainda deverá ser ratificado.

Os líderes da UE têm uma cúpula na agenda de 10 a 11 de dezembro e a questão das negociações pós-Brexit deve ocupar uma parte importante da agenda.

As tentativas de encontrar um caminho para o acordo sofreram enorme pressão nesta sexta-feira, depois que o governo francês ameaçou vetar um pacto inaceitável.

Em uma entrevista à rádio Europe 1, o secretário francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, disse nesta sexta-feira que, "se houver um acordo que não seja bom (...) vamos nos opor". Ao ser questionado sobre um possível veto da França, ele respondeu: "Sim, todos os países têm direito a aplicar o veto".

- Relação desequilibrada -

Em Bruxelas, um diplomata europeu disse à AFP que vários países - Bélgica, Itália, Holanda, Espanha e Dinamarca - compartilham as preocupações francesas sobre concessões nas negociações.

Alguns países estariam preocupados com concessões que não seriam matéria de consenso no setor de pesca, enquanto para outros os temores se concentram nas normas para a futura participação de empresas britânicas no altamente regulamentado mercado europeu.

"Não queremos ficar presos em uma relação desequilibrada durante décadas. Não queremos ter que explicar às nossas empresas por que são deslocadas em seu mercado por corporações britânicas em um ambiente menos regulamentado", disse o diplomata.

No início do dia, o secretário de Comércio britânico, Alok Sharma, destacou em entrevista que foi uma fase "difícil" das negociações, e reforçou que a prioridade de Londres é fazer "a UE reconhecer que o Reino Unido é um nação soberana e independente ".

"É com base nisso que um acordo será feito", disse ele.

Na quinta-feira, uma fonte diplomática comentou que a equipe do principal negociador europeu, Michel Barnier, estava "a milímetros" do limite de seu mandato e que, portanto, não existiria margem para novas concessões.

Neste contexto, líderes do Parlamento Europeu já anteciparam que precisarão de tempo para revisar o documento antes de submetê-lo à ratificação e que não pretendem apenas carimbar qualquer documento apresentado de última hora.

Os líderes da UE têm na agenda uma reunião de cúpula em 10 de dezembro. Muitos já afirmaram que desejam ter todas as informações disponíveis.

Em qualquer cenário, o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, advertiu às empresas que se preparem para o fim do mês. "Com um acordo, tudo será complicado. Mas, sem um acordo, será ainda mais", apontou.


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