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Estado de Minas

Singapura autoriza venda de carne de frango artificial, inédita no mundo


02/12/2020 13:42

A carne artificial de frango poderá ser oferecida em breve em restaurantes de Singapura, depois que as autoridades locais deram sinal verde para a proposta, "uma inovação mundial", conforme a empresa americana que criou o projeto.

A Eat Just, que trabalha com essa ideia de carne de laboratório produzida de células animais, anunciou que seus pedaços de frango foram autorizados para venda pela agência de segurança alimentar da cidade-estado do Sudeste Asiático.

Este é "um avanço para a indústria alimentícia mundial", destaca a empresa em um comunicado, no momento em que muitas companhias do setor buscam formas de produzir carne com menor impacto ambiental.

"A Eat Just apresentou um pedido de verificação", confirmou a agência de segurança alimentar de Singapura, nesta quarta-feira.

Seu produto "foi declarado próprio para consumo nas quantidades fornecidas e foi autorizado para venda em Singapura como ingrediente dos 'nuggets' Eat Just", acrescentou a agência.

A Eat Just afirmou ter produzido mais de 20 lotes de carne de frango artificial em biorreatores de 1.200 litros antes de submeter sua produção a testes de qualidade e segurança.

O consumo de carne no mundo deve aumentar 70% até 2050 e, segundo os cientistas, essa tendência é uma das causas das mudanças climáticas.

A carne artificial pode ser uma resposta para essa demanda, defende a Eat Just.

Dezenas de empresas estão trabalhando em projetos de carne artificial em todo mundo, mas a produção até agora tem sido experimental.

Se a carne de laboratório há muito era considerada cara demais para competir com o gado, a Eat Just afirma ter feito "progresso considerável" na redução de custos.

"Desde o seu lançamento, teremos um preço semelhante ao de um frango de um restaurante caro", disse um porta-voz à AFP.

"Este frango de laboratório será, sem dúvida, um produto de luxo nos próximos anos", de acordo com Eat Just.

A empresa espera conseguir um preço mais baixo do que o frango clássico nos próximos anos.

Singapura apoia a criação de empresas que desenvolvem novas tecnologias agrícolas e alimentares.

Além disso, "importa mais de 90% de seus alimentos, uma vez que não há agricultura", explica William Chen, cientista residente em Singapura que assessora a autoridade reguladora.

Portanto, a segurança alimentar é uma das razões por trás desse esforço, segundo Chen.

Por meio da inovação, Singapura espera ser capaz de produzir pelo menos 30% de suas necessidades nutricionais por conta própria, apontou em um comunicado o The Good Food Institute Asie Pacifique, órgão norte-americano que apoia o desenvolvimento de proteínas de síntese industrial.

"Vale a pena perguntar se a rápida comercialização desses produtos é necessariamente o melhor a fazer", dada a desconfiança que muitos consumidores podem ter desses produtos, apontam IDTechEx.

"O menor problema de segurança alimentar seria uma catástrofe para esta indústria embrionária", alertam.


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