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Estado de Minas

Indígenas bloqueiam rodovias e pedem renúncia de presidente guatemalteco


30/11/2020 15:43

Milhares de indígenas maias bloquearam ao menos seis importantes trechos de rodovias no oeste da Guatemala nesta segunda-feira (30) para exigir a renúncia do presidente Alejandro Giammattei, em manifestações que questionam a suposta má gestão de seu governo.

"Que todos se levantem e que ninguém fique para trás, por um Estado com democracia comunitária, representativa e plurinacional. O poder é do povo", afirma a nota do distrito indígena de Sololá, que organiza a manifestação.

O porta-voz da Unidade de Execução de Conservação de Estradas do Estado, Juan Carlos Aquino, disse aos jornalistas que quatro trechos da Rodovia Interamericana estão fechados por indígenas, com pedras ou veículos pesados. Moradores próximos de outras duas comunidades se juntaram ao protesto.

Assim como os protestos recentes ocorridos nos últimos dois finais de semana na capital, os indígenas exigem a "limpeza" do Congresso, a renúncia do Ministro de Interiores, Gendri Reyes, da Procuradora-Geral da República, Consuelo Porras, e do diretor da Polícia, José Tzubán.

Seus pedidos foram formulados por meio de uma carta aberta dirigida ao presidente Giammattei, na qual se queixavam de sua "falta de resposta" aos pedidos de reconhecimento dos direitos de seus povos.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, a guatemalteca Rigoberta Menchú, criticou há poucos dias que o governo não incluiu os indígenas no diálogo convocado para resolver a crise que o país enfrenta.

Sololá é um distrito com mais de meio milhão de habitantes, no qual convivem três povoados maias e que abriga o turístico e paradisíaco Lago Atitlán.

As manifestações pedindo a renúncia de Giammattei - um político conservador de direita que não está no poder há sequer um ano - começaram no sábado, 21 de novembro, na praça localizada em frente à antiga sede do governo da capital. Embora os protestos tenham começado pacificamente, vários escritórios do Parlamento foram queimados.

Os manifestantes responsabilizam Giammattei pela elaboração opaca do orçamento do país para 2021, que logo foi anulada devido às demandas dos cidadãos.

Segundo opositores, o orçamento não atendeu a problemas como a pobreza, que atinge quase 60% dos 17 milhões de cidadãos do país. Eles também acusam o presidente de gerenciar de forma inadequada a pandemia da covid-19.

No sábado passado, os protestos continuaram. Um grupo de pessoas com os rostos cobertos ateou fogo a um ônibus. Reyes garantiu que foi "um ato totalmente planejado e financiado por algum grupo de pessoas que tenta desestabilizar a ordem institucional do país".

Para o advogado de Direitos Humanos, Jordán Rodas, o governo tenta "criminalizar" os protestos, usando como argumento atos de violência ocorridos fora das manifestações.


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