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Estado de Minas

Começa a apuração dos votos nas eleições municipais brasileiras


29/11/2020 18:31

O Brasil iniciou neste domingo (29) a apuração dos votos nas eleições municipais, que têm como favoritos em São Paulo e Rio de Janeiro candidatos de centro, diferentes daqueles apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro.

As seções de votação fecharam às 17h de Brasília na maioria das 57 cidades onde se disputa o segundo turno.

As eleições foram celebradas com seis semanas de atraso, devido à pandemia do novo coronavírus, que já deixou mais de 172.000 mortos e mergulhou o país em uma grave crise econômica, com desemprego recorde de mais de 14 milhões de pessoas.

Em São Paulo, a cidade mais rica e populosa do país, com 12,5 milhões de habitantes, o candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Guilherme Boulos, de 38 anos, disputa o segundo turno com o atual prefeito, Bruno Covas do Partido, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), de 40 anos.

No primeiro turno foram eliminados tanto o candidato apoiado pelo presidente da extrema direita Bolsonaro quanto o do Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve uma posição hegemônica na esquerda nas últimas décadas.

As últimas pesquisas atribuíram 55% de intenções de votos a Covas e 45% a Boulos, que na sexta-feira anunciou ter sido infectado pelo novo coronavírus.

No Rio de Janeiro, segundo maior colégio eleitoral do país, com 6,7 milhões de habitantes, a disputa parece decidida a favor do ex-prefeito Eduardo Paes (Democratas, centro-direita), que conta com 68% das intenções de voto, contra 32% do atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), um pastor evangélico licenciado aliado de Bolsonaro.

- Eleição local, pandemia nacional -

Os prefeitos têm um amplo leque de competências no Brasil, que inclui a saúde. Portanto, para muitos a resposta à pandemia é um fator a considerar na hora de votar. No momento mais crítico da propagação da covid-19, Bolsonaro minimizou sua importância e pressionou contra as medidas de confinamento, determinadas por governadores e prefeitos.

"Acho que apesar da condição da pandemia, exercer o voto nesse momento no Brasil é um ato muito importante pra gente marcar posição diante de tudo o que está acontecendo. A gente precisa de um outro tipo de governo, um governo mais preocupado com a população e que faça o seu papel e não o que a gente está vendo no Brasil - o governo federal é um verdadeiro desastre", disse à AFP a psicóloga Vanise Santos, de 49 anos, em uma seção eleitoral em São Paulo.

Para o analista político Michael Mohallem, da Fundação Getúlio Vargas, a mensagem das urnas parece ser que "o Bolsonaro não é o fenômeno que as pessoas pensavam que era e se essa leitura inicial estiver certa, ele vai ter muita dificuldade de se reeleger" em 2022.

Os prefeitos que vão assumir suas funções em 1º de janeiro de 2021 para um mandato de quatro anos terão que enfrentar desafios gigantescos nas áreas de segurança, transportes e educação, com os cofres vazios por causa da crise, que só se espera que vá amenizar quando surgir uma vacina.

- Disputas-chave -

Em Porto Alegre, Manuela D'Ávila, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) protagoniza uma disputa acirrada com Sebastião Melo (MDB, centro-direita).

A capital gaúcha viveu neste mês vários dias de protestos, depois que dois seguranças espancaram até a morte um homem negro em um supermercado da rede Carrefour.

Em Recife, reduto tradicional da esquerda, a disputa é familiar, pois confronta dois netos do histórico líder político pernambucano Miguel Arraes (1916-2005): João Campos (filho do ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, morto durante a campanha para as eleições de 2014), do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Marília Arraes, do PT.

Em Fortaleza, as pesquisas antecipam a vitória de José Sarto (PDT, centro-esquerda), contra o Capitão Wagner, do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), apoiado por Bolsonaro.

- 'Fake News' -

Bolsonaro, que votou no Rio, aproveitou a ocasião para reiterar suas dúvidas sobre a confiabilidade do sistema de votação eletrônica em vigor no Brasil. "Não podemos continuar votando e não sabendo, não tendo a certeza de que aquele voto foi para aquela pessoa (eleita)", disse.

As campanhas de desinformação nas redes sociais se concentraram este ano mais no processo eleitoral do que nos candidatos, ao contrário do ocorrido nas eleições presidenciais de 2018.

Entre postagens falsas nas redes sociais, montagens e alegações enganosas, a coalizão de checagem da qual a AFP faz parte junto com outros oito veículos verificou mais de 70 publicações que tentavam confundir os eleitores.


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