Jornal Estado de Minas

Bélgica pede 20 anos de prisão para diplomata iraniano acusado de planejar atentado na França em 2018

Um tribunal da cidade belga de Amberes pediu nesta sexta-feira (27) uma pena de 20 anos de prisão para um diplomata iraniano acusado de planejar um atentado com explosivos na periferia de Paris em 2018.

Para a Justiça belga, Assadollah Assadi, de 48 anos, foi o coordenador de uma tentativa de realizar um atentado com explosivos contra uma manifestação de opositores iranianos, e por isso solicitou a pena máxima contra o diplomata.





Assadi, no entanto, não se apresentou nesta sexta-feira ante o tribunal por considerar "que deveria gozar da imunidade diplomática", segundo seu advogado, Dimitri de Béco.

A Justiça belga também pediu uma pena de 18 anos de prisão para um casal belga-iraniano residente em Amberes, que foi preso horas antes do ataque ainda em território belga, transportando meio quilo de explosivos e um detonador.

Para um quarto acusado, também iraniano, a promotoria pediu uma pena 15 de anos de prisão.

O objetivo do grupo, de acordo com a inteligência francesa, era fazer detonar um artefato em uma manifestação que um grupo opositor iraniano organizou em Villepinte, nos arredores de Paris.

O governo francês acusou os serviços de inteligência da República islâmica de estarem por trás da tentativa de atentado, algo que o governo iraniano sempre negou.

No momento da tentativa do atentado, Assadi trabalhava em uma embaixada do Irã em Viena, Áustria. O diplomata iraniano foi preso em uma viagem na Alemanha, onde não tinha imunidade diplomática.





Em 30 de junho de 2018 a coalizão opositora Conselho Nacional da Resistência no Irã (CNRI) havia organizado uma manifestação nos arredores de Paris em que participaram, entre outros, a ex-candidata à presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt, que esteve seis anos sequestrada pela guerrilha das FARC, e diversas personalidades norte-americanas e britânicas.

O julgamento de Amberes ocorreu um dia depois da troca de prisioneiros que permitiu a libertação de três iranianos presos na Tailândia pela pesquisadora britânico-australiana presa há dois anos e acusada de espionagem por Teerã.

O processo coincide com a esperança das autoridades iranianas de que a saída de Donald Trump da Casa Branca possa abrir uma nova página em suas relações diplomáticas internacionais.

audima