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Estado de Minas

Milhares de manifestantes pró-democracia saem às ruas na Tailândia


27/11/2020 13:13

Vários milhares de manifestantes pró-democracia bloquearam, nesta sexta-feira (27), uma grande passagem em Bangcoc para exigir uma mudança de governo por meios democráticos, em meio a rumores de um possível golpe de Estado.

Cerca de 5.000 manifestantes se reuniram sob uma ponte rodoviária no norte da capital, carregando bonecos do papai Noel e grandes patos amarelos infláveis, que se tornaram um símbolo do movimento.

Os manifestantes pedem a renúncia do primeiro-ministro, o general Prayut Chan-O-Cha, a reescrita da Constituição, considerada muito favorável às Forças Armadas, e uma reforma da realeza.

O general Prayut, que chegou ao poder por meio de um golpe de Estado em 2014, descartou esta semana a possibilidade de ser expulso do poder, ou a imposição da lei marcial.

Entre os manifestantes, Natalie, de 32 anos, que trabalha no setor terciário em Bangcoc, disse que o último golpe que levou o general Prayut ao poder foi desastroso para a Tailândia e ela teme que um cenário semelhante possa se repetir.

"Agora é um momento de crise para Bangcoc e para a Tailândia. Quero novas eleições, um novo primeiro-ministro e um novo governo que realmente ouça o povo", declarou à AFP.

Os manifestantes carregavam grandes patos infláveis que simbolizam os militares, os quais - eles alegam - passam por cima das cabeças das pessoas para dominar a vida política na Tailândia.

Outro grupo exibiu retratos de generais que lideraram golpes de Estado no passado e depois os queimaram.

O comandante do Exército, Narongphan Jittkaewtae, rejeitou os rumores de que um novo golpe estaria sendo organizado e disse que as chances para isso são "menores que zero".

O cientista político Titipol Phakdeewanich, da Universidade Ubon Ratchathani, estimou que, no contexto atual, a possibilidade de um golpe de Estado é improvável.

"Não acredito que ele [o general Prayut] será expulso, porque ainda tem um forte apoio dos conservadores e das grandes empresas", disse ele à AFP.

Desde que a Tailândia se tornou uma democracia em 1932, houve uma dúzia de golpes de Estado no país.

Os boatos sobre a possibilidade de um novo golpe têm circulado desde o início do movimento pró-democracia em julho deste ano.

Na quarta-feira, vários milhares de manifestantes pediram ao rei que abdicasse de seu controle sobre a fortuna real, avaliada em dezenas de bilhões de dólares. Desafia-se, assim, as ameaças de eventuais processos pelo crime de lesa-majestade contra vários líderes do movimento.

A lei de lesa-majestade, uma das mais severas do mundo, pune com até 15 anos de prisão qualquer insulto, crítica, ou difamação ao rei, ou a algum membro de sua família. Não era utilizada desde 2018.


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