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Estado de Minas

Etiópia pede ao mundo para não interferir nos 'assuntos internos'


25/11/2020 11:31

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, pediu nesta quarta-feira (25) à comunidade internacional que não interfira no conflito no Tigré, a poucas horas do fim do ultimato para que os dissidentes se entreguem, ou sofram um ataque "sem piedade".

Após três semanas de conflito com os separatistas daquela região norte, a expectativa de um ataque a Mekele faz seus 500 mil habitantes temerem o pior.

Apesar das divergências entre países africanos e europeus, o Conselho de Segurança da ONU realizou sua primeira reunião sobre o conflito na terça-feira (24), sem uma declaração conjunta ao final.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, os Estados Unidos e a UE fizeram um apelo pelo fim dos combates iniciados em 4 de novembro.

O ultimato de 72 horas termina nesta quarta-feira à noite, e os beligerantes se mantêm firmes.

O presidente do Tigré, Debretsion Gebremichael, afirma que seu povo está "pronto para morrer", enquanto o primeiro-ministro e o Prêmio Nobel da Paz 2019 rejeita qualquer "interferência nos assuntos internos" da Etiópia.

"Respeitosamente pedimos à comunidade internacional que se abstenha de qualquer interferência não desejável e ilícita e que respeite os princípios fundamentais de não intervenção do direito internacional", disse Abiy Ahmed em um comunicado na quarta-feira.

"Como um Estado soberano, a Etiópia tem o direito de garantir e aplicar suas leis em seu território. E é exatamente isso que estamos fazendo", acrescentou o primeiro-ministro.

O chefe de governo, que qualifica a ofensiva militar como uma "operação de manutenção da ordem", justifica esta intervenção contra a Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF) como imperativa para "preservar a ordem política e constitucional" deste país federal.

As velhas tensões entre Adis Abeba e a TPLF, que controlou o aparato político e de segurança etíope por três décadas antes de ser gradualmente afastada do poder por Abiy Ahmed, atingiram seu ápice após uma consulta feita em Tigré em setembro. O processo foi descrito como "ilegítimo" pelo governo.

- Apelos ao diálogo -

O Exército, que incitou o povo de Mekele a fugir, afirma que cercará a cidade com tanques e que não haverá "piedade" na batalha.

A União Africana (UA), que tem sua sede em Addis Abeba, lançou uma tentativa de mediação, a cargo de três ex-presidentes africanos.

O governo etíope reiterou sua rejeição a tal iniciativa neste momento, esclarecendo que "falaria com estes enviados por respeito aos (...) líderes africanos".

Recentemente designado por Joe Biden, o futuro conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, fez um apelo a ambas as partes para "iniciarem imediatamente o diálogo" com a mediação da UA.

Ele também tuitou que está "profundamente preocupado com o risco de violência contra civis, incluindo eventuais crimes de guerra nos combates em torno de Mekele. É preciso proteger os civis e permitir o acesso humanitário".

Não há um balanço preciso dos combates, nos quais centenas de pessoas morreram.

Cerca de 40.000 habitantes do Tigré já se refugiaram no Sudão, e há deslocamentos internos significativos na região, também sem números exatos.

Na terça-feira, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, conversou com o ministro etíope das Relações Exteriores, Demeke Mekonnen, sobre a crise humanitária.

Em um comunicado, O bloco pediu às partes "que estabeleçam as condições para tornar possível o acesso de ajuda às pessoas necessitadas".


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