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Estado de Minas

México se aproxima das 100 mil mortes por covid-19


19/11/2020 19:43

O México se aproximava das 100 mil mortes por covid-19 nesta quinta-feira (19) em meio a um aumento das infecções, embora as autoridades digam que as mortes tendem a diminuir.

O país de 129 milhões de habitantes acumula 99.528 óbitos, enquanto os casos confirmados ultrapassam um milhão, segundo dados do Ministério da Saúde mexicano.

É a décima primeira nação com mais mortes por 100 mil habitantes (77), de acordo com estatísticas da AFP.

Depois de prever 60 mil mortes em junho em um cenário "catastrófico", o subsecretário de Saúde e estrategista contra a pandemia, Hugo López-Gatell, alvo de críticas, se absteve de fazer novas projeções.

Para Malaquías López, epidemiologista e ex-funcionário do Ministério da Saúde, o México está rompendo as previsões de mortalidade em um momento em que os especialistas não conseguem identificar fases claras de ascensão e queda da pandemia.

"Tivemos uma fase de ascensão lenta, um platô prolongado e chegamos a um ponto em que não vemos uma fase descendente clara, não sabemos para onde vai", explicou à AFP.

- Incerteza e casos em alta -

No bairro central de Doctores, na Cidade do México, uma unidade de testes gratuitos de detecção de coronavírus instalada na rua recebe um fluxo constante de pessoas.

Luis Vargas, um médico de 25 anos, percebeu que recentemente os mexicanos estão mais nervosos porque um parente ou conhecido recebeu resultado positivo ou apresentou sintomas.

As campanhas publicitárias de fim de ano lançaram às ruas muitos que, ávidos por comprar, negligenciaram as medidas sanitárias, acredita Vargas.

"Embora os números (de infecções) estejam aumentando (...) as pessoas preferem sair para comprar presentes, passear, tirar férias. Creio que os casos vão aumentar", diz o médico.

Aarón Romero, 18, espera tenso a coleta de sua amostra. Ele tem sintomas de covid-19 e teme não poder mais curtir o Natal com sua família. "Decidimos que é melhor não ficar juntos este ano, é estranho, difícil, mas é o melhor", contou à AFP.

Desde o primeiro caso em 28 de fevereiro, as infecções acumuladas em sete dias ultrapassaram os 50 mil na 29ª semana da epidemia e estabilizaram em torno de 30 mil na semana 38.

No entanto, no último mês, elas se recuperaram, chegando a 40 mil na primeira semana de novembro, de acordo com dados oficiais.

"Há infecções, mas felizmente (...) há menos mortes e esse é o propósito, que consigamos reduzir o número de mortes", disse o presidente Andrés Manuel López Obrador esta semana.

- "Sentença de morte" -

Para o epidemiologista López, as mensagens das autoridades têm sido "contraditórias", principalmente sobre o uso da máscara, cuja eficácia é relativizada pelo subsecretário de Saúde.

Relutante, o presidente só a utiliza em ocasiões muito específicas.

Diabetes, obesidade, hipertensão e consumo excessivo de alimentos processados estão listados pelo governo entre os fatores que influenciaram a taxa de mortalidade no México, de quase 10%, uma das mais altas do mundo.

"Essas condições aumentam a possibilidade de um paciente morrer, é verdade, mas no México são quase uma sentença de morte", disse López Obrador. As autoridades usaram essas comorbidades para justificar o manejo inadequado da pandemia.

De acordo com o epidemiologista, as infecções não param porque metade da força de trabalho está no setor informal e, caso se infectem, não têm condições de se isolar e evitar a disseminação do vírus.

Como resultado da pandemia, no segundo trimestre do ano, o mais crítico, a economia mexicana despencou 18,7% ao ano, a maior queda desde que o registro começou em 1983.

Entre julho e setembro, a queda foi mais moderada, com baixa de 8,6% em relação ao mesmo período de 2019, enquanto na comparação com o segundo trimestre do ano aumentou 12%.

O banco central do México, no entanto, prevê uma queda do PIB de até 12,8% em 2020 como resultado da semi-paralisia econômica.

O país já providencia seu acesso, em 2021, a uma potencial vacina contra a covid-19 por meio de convênios com laboratórios da Europa, Estados Unidos e China.

Foi feito um acordo com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford para que o antígeno seja produzido na Argentina e embalado no México para ser vendido a outros países latino-americanos.


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