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Estado de Minas

Em medida inédita, EUA rejeita acusações de narcotráfico contra ex-ministro mexicano


18/11/2020 17:43

Um juiz federal em Nova York aceitou nesta quarta-feira (18) o pedido incomum do governo dos Estados Unidos para rejeitar as acusações graves de tráfico de drogas contra o ex-ministro da Defesa mexicano, Salvador Cienfuegos, para que o México investigue e, eventualmente, o denuncie.

Em uma rápida audiência, a juíza do Brooklyn, Carol Amon, confirmou que o pedido vem do próprio procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr.

"Esta decisão (...) é uma questão de política externa, não tenho motivos para duvidar da determinação do governo de que as autoridades judiciárias mexicanas desejam sinceramente avançar com uma investigação e possível julgamento dos acusados", disse Amon na presença de Cienfuegos.

O réu aceitou o acordo, que estabelece que ele será escoltado ao México "rapidamente" por oficiais dos Estados Unidos e liberado no país, onde não enfrentará acusações.

Muitos duvidam que Cienfuegos, um poderoso general aposentado de 72 anos, possa ser investigado e processado imparcialmente no México.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, alertou na quarta-feira que "não será permitido fabricar crimes".

"Deve haver sustentação, prova, nenhuma pessoa pode ser vítima de injustiça", disse ele a jornalistas.

A justiça dos Estados Unidos, que afirmou ter milhares de gravações de mensagens do Blackberry envolvendo Cienfuegos, incluindo muitas delas com traficantes de drogas, indicou que já forneceu provas ao México.

Ao pedir a Amon que rejeitasse as acusações, o procurador distrital em exercício de Nova York Seth DuCharme observou que "considerações importantes e sensíveis de política externa superam o interesse do governo em buscar a acusação dos acusados".

A libertação de Cienfuegos encerra intensa negociação entre os governos dos Estados Unidos e do México após a prisão do ex-ministro no aeroporto de Los Angeles, em 15 de outubro, a pedido da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), que surpreendeu os mexicanos e balançou as relações bilaterais.


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