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Estado de Minas

Bolsonaro ameaça revelar países que compram madeira da Amazônia ilegalmente


17/11/2020 22:13

O presidente Jair Bolsonaro ameaçou nesta terça-feira divulgar nos próximos dias uma lista de países que importam madeira da Amazônia ilegalmente, incluindo alguns muito críticos de sua política ambiental.

"Estaremos revelando nos próximos dias países que têm importado madeira de forma ilegal da Amazônia, e alguns desses países são os mais severos críticos ao meu governo no tocante a essa região amazônica", declarou o presidente durante reunião de cúpula remota do grupo Brics, de potências emergentes.

"Creio que depois dessa manifestação que interessa a todos, porque não dizer no mundo, essa prática diminuirá e muito nessa região", acrescentou ante os dirigentes da entidade, formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Bolsonaro, que, em outras ocasiões, denunciou a aparente hipocrisia de seus críticos, disse que será possível obter essa informação graças a um método desenvolvido pela Polícia Federal (PF) para identificar o DNA da madeira e determinar a sua origem.

Segundo a imprensa brasileira, Bolsonaro baseou sua ameaça em uma operação da PF iniciada em 2017, na qual apreendeu-se madeira extraída ilegalmente da Amazônia cujo destino eram empresas de Alemanha, Bélgica, França, Holanda e Reino Unido, entre outros países.

Especialistas e ONGs ambientalistas afirmam que o governo Bolsonaro enfraqueceu os órgãos de controle ambiental e que seu discurso a favor do extrativismo em áreas protegidas promove o desmatamento e os incêndios florestais, que atingiram níveis recordes na Amazônia e no Pantanal.

A ONG Greenpeace indicou hoje no Twitter que o governo eliminou em fevereiro a fiscalização das exportações de madeira feita pelo Ibama, "favorecendo a comercialização de madeira ilegal".

Em 2019, primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro recebeu uma onda de críticas internacionais, lideradas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, pelo aumento alarmante de incêndios na maior floresta tropical do planeta.

Há duas semanas, o vice-presidente Hamilton Mourão fez uma viagem pela Amazônia com embaixadores de oito países, entre eles delegados de Alemanha e França, na tentativa de melhorar a imagem do governo.

A Amazônia promete ser uma questão espinhosa no futuro relacionamento de Bolsonaro com o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, a quem o brasileiro ainda não cumprimentou por sua vitória sobre Donald Trump, aliado do Bolsonaro.

Durante a campanha, Biden ameaçou o governo brasileiro com "consequências econômicas significativas" se continuar a desmatar a Amazônia.


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